Interessou-se pela problematização e divulgação da História dos Descobrimentos portugueses, evidenciando-se, entre outros títulos, a sua obra-primaQuadros Navaes ou Collecção dos Folhetins Maritimos do Patriota, seguidos de uma Epopeia Naval Portugueza (1845; 1861-1869).
Segue-se um dos historiadores mais influentes do nosso panorama militar, o general de divisão Fortunato José Barreiros (1797-1885), antigo comandante da Escola do Exército e cujas reflexões históricas e técnico-militares persistem uma autoridade incontestada nas Ciências Militares. Assumiu a direcção do primeiro volume da Revista Militar (1849) e, curiosamente, foi um dos primeiros militares a publicar considerações sobre Táctica e Estratégia, intimamente inspiradas na História de Portugal e da Europa, como se deduz do Ensaio sobre os Principios Geraes de Strategia, e de Grande Tactica, escriptos para instrucção dos alumnos da Escola do Exercito (1837).
Um dos principais expoentes da História Militar portuguesa foi também Simão José da Luz Soriano (1802-1891), autor da monumental Historia da Guerra Civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal, comprehendendo a historia diplomatica, militar e politica d’este reino desde 1777 até 1834 (1866-1890), um itinerário historiográfico essencial. Entretanto, refira-se o major João Manuel Cordeiro (1811-1901), o qual, além de engenheiro militar e matemático, cultivou a História Militar, como se deduz dos seus trabalhos, quase todos publicados na Revista Militar, além dos Apontamentos para a Historia do Arsenal do Exercito (1892) e, num prisma idêntico, os Apontamentos para a Historia da Artilharia Portugueza (1895), obras fundamentais para a história da artilharia.
Quanto aos historiadores militares portugueses quase caídos no esquecimento, e que não serão nada poucos, conta-se o general de divisão António Melo Breyner (1813-1866), director da Revista Militar (a partir de 1862) e do diário Pátria (Fevereiro-Dezembro de 1885), autor de «Considerações historicas sobre autilidade das praças de guerra e sua applicação à defesa de Lisboa» (1854; 1862), onde tentou demonstrar porque muitas cidades sitiadas não foram conquistadas ao longo da história. Por conseguinte, defendia que Lisboa deveria ser convenientemente fortificada, argumentos materializados com a criação do Campo Entrincheirado de Lisboa (1899).