No círculo dos historiadores que ampliaram as opções científico-epistemológicas da História Militar, contam-se Francisco Marques de Sousa Viterbo (c. 1845/6-1910), poeta, arqueólogo, historiador e jornalista português, autor do Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Constructores Portuguezes ou a serviço de Portugal (1899-1922). Contudo, atendendo ao progresso conceptual das Ciências Militares, as quais podem conter a História Militar, destacaram-se os trabalhos do general de divisão Sebastião Custódio de Sousa Teles (1847-1921). A sua Introducção ao Estudo dos Conhecimentos Militares (1887; 1947) seria galardoada com o Prémio D. Luís I (1891) atribuído pela Academia Real das Ciências de Lisboa, revestindo-se de relevância para o pensamento militar nacional, delineada por um carácter positivista, a que não foram alheias as influências da História e Literatura Militares.
Um dos historiadores militares mais promissores na segunda metade do século XIX foi o major Fernando da Costa Maya (1853-1904), formado pela Escola Politécnica e a Escola do Exército, onde exerceu a docência, atestando-se a sua erudição em A Província do Porto, no Diário de Notícias e na Revista Militar, etc. Publicou Subsidios para a Historia Militar de Portugal (1902) e Memoria Historica e Descriptiva do Real Collegio Militar (1903), entre outros trabalhos que propiciaram um reconhecimento europeu.
Seguiu-se o general de divisão Carlos Roma du Bocage (1853-1918), aparentado com o poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), era filho de um dos melhores cientistas portugueses do século XIX, o doutor José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907). Assim, além de uma carreira militar brilhante, salientou-se como historiador, publicista, diplomata e deputado. As suas obras incidiram sobre assuntos militares, em cujos enredos a história está fortemente presente, como em Origem do Condado de Portugal… (1887) ou «O desembarque do Duque d’Alba em 1580» (1910), etc.
Entre os verdadeiros exemplos na Historiografia Militar portuguesa contam-se as reflexões histórico-arquivísticas de Cristóvão Ayres de Magalhães Sepúlveda (1853-1930), autor da Historia Organica e Politica do Exercito Portuguez… (1902-1932) e do utilíssimo Dicionário Bibliográfico da Guerra Peninsular… (1924-1930). Numa outra dinâmica, recorde-se o major de Cavalaria D. António José de Mello (c. 1856/1859-1946), que foi um entusiasta da investigação arqueológica enquanto sócio efectivo da Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses, sendo o autor de Archeologia (1890).