O autor aludia a uma questão do seu tempo, o saber quais as raças superiores em qualidades, as raças puras ou mescladas, o que indicariam os dados biológicos, questão que comentava dizendo que, ao se inquirir sobre a decadência das nações e das raças se deveria chamar à colação outros aspectos tais como os solos, os climas, as condições sociais, os acidentes e a natureza, as acções dos povos estranhos, as repercussões de acontecimentos e de factos, e outros aspectos ainda.

Interrogava-se, também, sobre a influência do sangue africano na História de Portugal, possível transferência para a história portuguesa das polémicas da História do Brasil. Quanto aos cristãos-novos, elogia-lhes a inteligência, a adaptabilidade a diversas conjunturas, o seu papel nas relações internacionais do século XVII. A esse papel teria sido sensível o Padre António Vieira, “menos, convem dize-lo, por sentimentos de humanidade e tolerância, que por inspirações de ordem politica”. Isto, pelo menos num primeiro tempo. O que mantém desde então: lamentando as consequências da implantação da Inquisição no país, considera que, pela fatalidade da História, a instituição funesta preencheu a função que D. João III, como os outros governantes absolutos do tempo moderno, lhe entregou – garantir a identidade do princípio político, complemento indispensável da unidade do poder régio. Lúcio d’Azevedo sublinhava que em toda a parte a intolerância do estado em matéria religiosa era razão de governo e não de consciência. Em Portugal fora assim, como fora entre os huguenotes, entre os colonos americanos, em França no tempo de Luís XIV ou nos principados alemães.

Como se depreende da leitura dos escritos destes anos, este período representou um debate interno e cultural, historiográfico e civilizacional vivido intensamente pelo autor. Anunciava-se a 3ª fase da sua vida cultural de acordo com a apreciação crítica que dela faz Jorge Borges de Macedo: surgem então as segundas edições de algumas das suas obras Os Jesuítas no Grão Pará, O Marquês de Pombal e a sua época, Judeus, Cristãos Novos e a Inquisição, o Sebastianismo, as grandes sínteses sobre a história económica na História de Portugal de Barcelos a convite de Damião Peres, a participação na História da Literatura Portuguesa Ilustrada, de Albino Forjaz de Sampaio (vol. III, Lisboa, 1928), as Épocas de Portugal Económico, Esboços de História (1929), “Algumas notas relativas a apontamentos de História Social”, na Miscelânea de estudos em honra de D. Carolina Michaelis de Vasconcelos (1930), as Novas Epanáforas, Estudos de História e Literatura (1932).

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