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O campesinato era objecto de estudo pela etnografia portuguesa desde as últimas décadas do século XIX, pois se ele podia ser, na óptica membros das classes urbanas letradas, que viam os outros a partir da sua própria posição, um grupo marcado pelo arcaísmo e pela distância face à cultura letrada, para outros, tocados pelo nacionalismo a partir do romantismo, ele era um fiel depositário das tradições nacionais mais autênticas, pela ausência de exposição ao que vinha de fora. A etnografia, a etnologia, tal como a filologia, a história, a arquelogia ou a geografia, às vezes cultivadas por uma mesma pessoa – como sucedeu com Leite de Vasconcelos – e todas animadas pelo sopro nacionalista, haviam-se desenvolvido nas últimas décadas do século XIX. Jorge Dias é um herdeiro dessa tradição, a que pertencem Adolfo Coelho, Rocha Peixoto, Consiglieri Pedroso, Teófilo Braga e José Leite de Vasconcelos (J. Leal, Etnografias Portuguesas..., 2000, pp. 27-61). Com uma formação nas humanidades, não será um praticante da antropologia física, introduzida no ensino universitário no século XIX. |
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