| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Vilarinho da Furna, aldeia agro-pastoril de montanha, isolada, era uma aldeia comunitária, uma povoação em que a organização da atividade pastoril se fazia de modo colectivo e a vida social era regida pelas determinações de dirigentes eleitos pelos vizinhos. Esta organização era exaltada como constituindo um verdadeiro exemplo de “democracia representativa” . O comunitarismo também era apreciado como algo de positivo, por ser alheio ao “individualismo” – um modo de se referir a atitudes próprias do capitalismo, como o interesse próprio e a busca do lucro - que campeava fora, no meio citadino. Esta representação de uma aldeia, norteada pela fraternidade, unia-se, também, a uma exaltação das capacidades dos seus habitantes. Sendo certo que estes eram vistos, numa perspectiva evolucionista, como presos a práticas cognitivas como a magia e a superstição, tidas como falsas à luz da ciência moderna, também não deixava de ser nítido o modo positivo como os encarava. Elogiava a sua inteligência, independência de pensamento, capacidade para pensarem sobre a vida e o destino e para discorrerem sobre temas de política internacional, de forma superior aos dos citadinos da “burguesia média”. |
|||||||||||||