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A segunda operação adensaria a “capacidade de repensar o pensamento”, mormente “de lhe apreender os rasgos originais e de lhe estabelecer as correlações e o significado”, “pois não há História da Filosofia onde não houver historiação do pensamento filosófico”, tarefa que Aristóteles (Metafísica) e Hegel (Fenomenologia do Espírito, História da Filosofia) tornaram irredutível (Idem, VIII, pp.237-38). Não admira que, ao destituir o atomismo analítico elegendo na diacronia o diálogo da filosofia com sintaxes culturais e científicas, se possa afirmar com rigor o primeiro grande historiador das ideias entre nós («Joaquim de Carvalho e a História», Homenagem ao Doutor Joaquim de Carvalho no 1º Centenário do seu nascimento, Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, 42.º, 1994). É a eidética que atesta a neokantiana unidade, Weltanschauung, mundividência (neologismo seu) que abarca toda a obra. A filosofia usa apenas uma das linguagens possíveis do pensamento que o historiador intenta apreender na sua historicidade global. Mas é uma visão do mundo que vai dentro dessa linguagem: “penso que é nas modificações que se operam no homem vivo e real”, escreve em 1932, acentuando o segundo andamento «real», objectivo, da sinfonia hegeliana do Spiritus, “e não nas relações entre conceitos do pensamento abstracto que devemos procurar a evolução das concepções gerais, que orientam a conduta” (OC, V, p.299). |
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