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Os documentos, todos, “correspondem a um estado de espírito individual e social, a um grau de cultura, a um sistema de ideias políticas ou religiosas ou, por outras palavras, a outras tantas causas que podem levar a deformar os factos, quando não a escondê-los. Se não buscarmos, pois, a história do documento, ou seja, das razões que o ditaram, esclarecem ou limitam, não teremos passado da primeira tarefa de historiador – a de reunir fontes.” “É certo que, entendida assim a história […], o historiador terá de socorrer-se de outras ciências: por forma geral, a geografia, a psicologia dos homens e dos povos e a sociologia […]. A tendência é para alargar cada vez mais o círculo de compreensão dos factos, incluindo-os na visão integral da humanidade.” (Introdução à História das Bandeiras, vol. I, pp. 11-12). É a imprescindível interdisciplinaridade numa abrangente história total, como proporá Fernand Braudel, que não por acaso admirava Cortesão. Com alguma influência de leituras de sociologia, mas sobretudo concorde com o sentir do poeta dramático, é o modo como trata os grupos sociais. Encontra um paradigma, um tipo, que vai concretizando depois pelo contraste que estabelece com as personalidades que faz reviver (a “pedra-de-toque”, que usara noutro sentido em A Expedição...). Estão neste caso os cidadãos do Porto na Carta de Pêro Vaz de Caminha, os bandeirantes de Raposo Tavares e a Formação Territorial do Brasil, os castiços e os estrangeirados ou os luso-brasileiros de Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid... De algum modo são construções tipológicas como as da sociologia – embora não pareça procurar os “tipos ideais” de Max Weber, autor que citará de passagem para os fins dos anos 40, mas sobretudo são carpintaria de dramaturgo chamando à cena os comediantes para desempenho dos vários papéis... |
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