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A mais completa e informada tenção de fundar um sistema de ensino artístico é conduzida por um homem de fora da academia, situação de que se defende ao dizer que os planos de ensino e o conhecimento das indústrias da arte são resultado do estudo prático e a apresentação das coleções de arte provêm do estudo em viagens (faz duas viagens de mais de um ano de duração em países europeus; e, entre 1876 e 1879, viaja pelo país inteiro, para se documentar e ilustrar a sua proposta). Ao longo da vida, cruza o país em constantes jornadas de norte a sul, observando os objetos artísticos e os monumentos e registando-os, muitas vezes, em desenho. É o cruzamento do incessável olhar viajado com a sonda em que se transforma o seu corpo que lhe permite, em 1895, resgatar do quase-esquecimento quatro painéis redescobertos numa visita acompanhada ao mosteiro de São Vicente de Fora. Os Painéis de São Vicente encontram-se cheios de pó, quase às escuras num corredor que conduz às celas dos religiosos. É verdade que em bom estado de conservação mas fora do olhar crítico do país. Chega ao ensino regular devido a dificuldades financeiras (Joaquim de Vasconcelos: historiador, crítico de arte..., p. 137), passando a lecionar as disciplinas de inglês e de alemão no Liceu do Porto em 1883, onde permanece até 1924. Desta experiência pedagógica não guarda saudades, queixando-se do esforço com alunos que não querem aprender e do labor que a correção de provas obriga. As experiências no ensino superior são tardias e brevíssimas. Leciona, com 64 anos, na Escola de Belas Artes do Porto (nomeado para dar história da arte em 1913 e exonerado a seu pedido em 1917) e é autor de cursos de conferências na Universidade de Coimbra (entre 1915 e 1918, segundo o próprio). Ainda no âmbito da instrução, é nomeado inspetor das Escolas Industriais da Circunscrição do Norte (1891-1892), cargo que ocupa sete meses. Declina, já no período da República, um convite para lecionar na Faculdade de Letras de Lisboa. |
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