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As preocupações com o ensino artístico tanto quanto com a comunicação ao público conduzem as energias de Joaquim de Vasconcelos, como no largo comentário crítico que faz em resposta ao trabalho da comissão governamental nomeada em 1875 para reformar as belas-artes. No periódico portuense A Atualidade e em três volumes publicados sequencialmente, exerce uma avaliação comparada do estado do ensino artístico e teoriza sobre a procura de uma harmonia entre arte e produção industrial e sobre o conhecimento da herança cultural como fomento da riqueza intelectual e moral, pontos capazes de construírem uma nova renascença artística, dadas a ruína dos monumentos e a dispersão e a alienação das obras de arte. Defende uma reforma que tome o ponto de vista mais largo para exercer a maior radicalidade, apelando a uma restruturação do ensino de alto-a-baixo do edifício artístico, que contemple não só as duas academias de belas-artes existentes (Lisboa e Porto) mas a instrução geral dos Liceus e a instrução artística na escolas profissionais de artes e ofícios – e especificamente o ensino das artes aplicado às indústrias, ao tempo ocupando centenas de operários em horário noturno. Fiel ao movimento europeu que vê o desenho como base de todas as artes plásticas, às experiências internacionais de Inglaterra, Alemanha e Áustria como modelos do movimento de Artes e Ofícios (Arts and Crafts), e à formação artística dos operários como emancipação e luta contra a miséria, parecem acanhadas a Joaquim de Vasconcelos as fracas determinações da reforma, insuportável o seu peso centralizador e incompreensível a omissão da música, arte que tanto o mobilizara. |
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