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Reivindica, em 1883, o pioneirismo na publicação de ensaios sobre várias indústrias da arte portuguesas (no catálogo de 1883, Exposição distrital de Aveiro em 1882. Relíquias da arte nacional), desenvolve estudos sobre cerâmica (1883-84), ourivesaria e joalharia (1881 a 1884), panos de rás – as pinturas têxteis (ou tapeçarias) com origem na cidade de Arras – (1900), ou sobre metais (1901). É na “alma popular” e na “inspiração espontânea” das indústrias caseiras – que apenas esperam uma educação cuidada – que o historiador espera recuperar as tradições pátrias, atestadas por uma continuidade cronológica desde a pré-história até aos ornamentos das indústrias caseiras. Essas tradições, que se adequam a todos os edifícios, nobres, burgueses ou rústicos, existem em potência nas disposições naturais dos operários populares, para serem recriadas no objetivo supremo de Vasconcelos: um estilo puro e nacional na sua expressão. Não é um regresso ao passado, é uma regressão às fontes genuínas da inspiração nacional. É assim que o historiador polemiza em torno de um suposto estilo nacional representado nos monumentos do século XVI, o manuelino, acusando os seus inventores de olharem apenas para a ornamentação em vez das “condições estáticas da arquitetura” (os elementos construtivos); de não visitarem outros monumentos, portugueses e espanhóis; ou de não terem em conta a história peninsular das artes e ofícios. É assim, também, que se lança na desmistificação de outra polémica, a questão do pintor Grão-Vasco, para afirmar, através das fontes, a presença do ecletismo nas pinturas desta Escola onde se dizia que radicava a unificação de princípios (isto é, um traço absolutamente original); para afirmar que notáveis pintores viajam e andam de um lado para o outro, colaborando por vezes na ornamentação de um mesmo templo. “Em lugar de um Grão-Vasco, mito, temos uma dúzia de individualidades, dignas de estudo e do nosso reconhecimento” (A pintura portuguesa nos séculos XV e XVI (Segundo ensaio). Grão-Vasco, 1890, p. 1879); para afirmar que uma só Escola (de Viseu) não pode resumir a glória da pintura portuguesa. |
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