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O desejo de não fazer esmorecer a questão central do ensino das artes conduz a escrita do terceiro volume (A Reforma do Ensino de Belas-Artes III, 1879), que constitui a sistematização de uma aprofundada reforma do ensino do desenho para Portugal, com um plano de estudos desde o grau elementar ao superior a partir das vantagens e inconvenientes da comparação com os modelos inglês, austríaco e alemão e da observância das condições indígenas. Dedica um capítulo às coleções do ensino artístico em Portugal (as existentes parecem-lhe aglomerações ao acaso), ou seja, às formas de reprodução para efeitos didáticos e para consolidação da ideia de herança cultural. Promete-se um quarto ensaio, dedicado à história das academias de belas-artes, que é publicado no jornal portuense A Atualidade mas versando apenas a Academia de Lisboa (1880). Ligando a reprodutibilidade da herança aos encantamentos do mundo mecanizado, jamais deixa para trás os museus como fator pedagógico, capazes de reproduzir em massa as obras artísticas. Grande defensor dos museus industriais educativos, com o fim de apurar o engenho “natural” e “indiscutível” da massa geral da população, no sentido da educação dos sentidos e da nobilitação dos sentimentos, recebe com regozijo a colocação provisória como conservador do Museu Industrial e Comercial do Porto (1884), tornada definitiva em 1888 e a nomeação para seu diretor (1889). O que promete ser um desafio torna-se um pesadelo, pois alcança a posição no estertor deste movimento museológico, cuja extinção é decretada pelo governo em 1899. O historiador continua fiel depositário do museu, que mantém uma existência crepuscular até cerca de 1927-28. O mesmo se diga do Museu Municipal do Porto, do qual Vasconcelos é vogal numa comissão para a sua reorganização (criada em 1888). Trabalha para esse fim desde 1889, sendo autor de um relatório para a sua reforma. Com o passar dos anos vê o museu sem dotação, responsável, catálogo ou biblioteca, ambicionando, em cima do labor de inventário e de avaliação de peças para aquisição, ser seu conservador, o que nunca acontecerá. |
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