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As três questões centrais do Relatório (reforma do ensino das belas-artes nas academias de Lisboa e Porto; organização de um museu central; medidas para conservar e reparar os monumentos) evocam a sua distância relativamente à comissão. Para ela, é preciso deitar a mão às academias de belas-artes. Para Joaquim de Vasconcelos fazer a mão através do ensino do desenho, primeira reforma das reformas das belas-artes (nas escolas primárias, onde acorrem alunos destinados às profissões manuais, e no ensino profissional, para tentar reformar a desagregação e indisciplina fomentadas pela supressão das antigas corporações de ofícios), afirmando a prioridade das escolas de aplicação (escolas profissionais de artes e ofícios) sobre as academias. Para a comissão está em jogo a edificação de um museu central em Lisboa (na altura um museu de arte e indústria), que concentre os despojos valiosos da nação e se ofereça à contemplação. Para Joaquim de Vasconcelos está em causa a criação de museus de artes industriais, ou seja, museus com uma componente prática e útil imediata. Afirma a irrelevância dos museus existentes, assente na falta de plano e método, de fins estéticos e de instrução, apenas alimentando a mera fruição atabalhoada. Finalmente, para a comissão, estão em causa medidas para conservação e reparação dos monumentos e dos objetos artísticos. Sem discordar, para Joaquim de Vasconcelos a solução passa por retirar as coleções de arte da Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se degradam e ganham mofo; nomear responsáveis pelos objetos de arte que estejam em edifícios públicos e na posse de corporações; estabelecer a comissão arqueológica encarregada das riquezas subsolares. E avançar com a primeira medida de todas, a instituição de uma autoridade que impeça demolições sem critério e fiscalize as restaurações dos monumentos. |
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