| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Nascido em Recife, Pernambuco, a 15 de março de 1900, Gilberto Freyre descendia de estirpes tradicionais do Nordeste brasileiro tanto pelo lado paterno quanto pelo materno, porém então em decadência por conta do fim da escravidão e das crises da economia açucareira. Seu pai, Alfredo Freyre, sentira diretamente o impacto desse declínio, uma vez que tivera o projeto de estudar em Coimbra abortado pelo abalo que a abolição da escravatura, em 1888, causou nas finanças familiares.
Ficando em sua terra natal, formou-se advogado, foi professor, tornou-se Juiz de Direito e chegou a catedrático de Economia Política na Faculdade de Direito do Recife, sempre atento e atualizado em relação à vida europeia, “afrancesado” e “admirador da Inglaterra”, como lembraria o próprio Gilberto ao falar de suas origens (“Raízes brasileiras de um recifense sempre itinerante”, 1981, p. 129). Tais traços eurocêntricos, assim como os de uma grande erudição, marcariam profundamente o filho – ou os filhos, pois o irmão de Gilberto, Ulisses, também os absorveria –, complementados pela “fala menos erudita, porém não relassa [sic]” da mãe, Francisca de Mello Freyre, “que sabia seu francês e lia Alencar e Eça” (idem, p. 128). |
|||||||||||||