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Numa palavra, o sucesso de Casa-grande & senzala promoveu a consagração de Gilberto Freyre e da novidade que sua análise representava frente aos estudos sobre o Brasil. “Novo” poderia ser seu adjetivo-síntese, já que tudo no livro trazia tal marca: os novos sujeitos históricos apresentados, isto é, o senhor de engenho, o escravo e o mundo à sua volta; a nova abordagem empreendida, centrada no âmbito privado das relações entre tais sujeitos, com a família como peça-chave e o binômio do título como expressão da vida social; a nova explicação oferecida, que, atenta aos ensinamentos de Franz Boas (de quem fora aluno em Columbia), diferenciava “raça” de “cultura” e enfatizava a positividade da miscigenação; as novas fontes empregadas, como livros do Santo Ofício, cartas dos jesuítas e outros documentos eclesiásticos, inventários e testamentos, livros de viagem, cadernos de modinhas, de receitas e de etiqueta, jornais, romances, memórias, depoimentos e biografias, até mesmo a iconografia; a nova prosa que organizava, articulava e expressava aquilo que a pesquisa e a análise alcançavam – uma prosa solta, fluente, vívida, intensa. |
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