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Quanto a Portugal, lugar especial ocupa na vida e na obra de Gilberto Freyre, e vice-versa. Iniciada, como dito, à época de sua primeira visita à Europa, nos anos 1920, a relação entre o autor e o país se consolida quando da também mencionada “aventura do exílio”, em 1930, por mais que aqueles tempos tenham sido difíceis: se, no prefácio a Casa-grande & senzala, Freyre diz ter aproveitado Lisboa para familiarizar-se “com a Biblioteca Nacional, com as coleções do Museu Etnológico, com sabores novos de vinho-do-porto, de bacalhau, de doces de freiras”, além de ir “a Sintra e aos Estoris” e “abraçar amigos ilustres”, como João Lúcio de Azevedo, décadas mais tarde ele escreverá que então, “quase sem dinheiro algum, passara a viver a mais miserável das vidas que já vivera” (“Como e porque escrevi...”, p. 710). Salvou-o o convite da Universidade de Stanford (EUA), cujo rumo tomou em 1931 para, como professor visitante, ministrar cursos sobre o Brasil ao longo do ano, oportunidade que lhe permitiu definir o projeto de seu futuro livro – “um livro que fosse uma nova reconstituição, uma nova introspecção e uma nova interpretação de uma sociedade de origem europeia desenvolvida, com elementos extra europeus de etnia e de cultura, em espaço tropical; e à base de uma organização patriarcal e escravocrática de economia, de família, de convivência” (idem, p. 711-712). |
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