A ideia de apartidarismo político foi sempre um valor declarado como sendo central na orgânica da SGL, apesar da sua explícita posição em matéria de política colonial. Entre 1875 e 2014, a SGL foi presidida por vinte e dois sócios, alguns dos quais com actividade política reconhecida, e oriundos dos seguintes ramos de actividade profissional: Exército (com particular destaque para o ramo da Marinha), Direito e Ciência/Ensino Superior. Para a admissão de sócios, a SGL impôs, originalmente, o princípio de que os candidatos tinham que dar provas de estudo assíduo e conhecimento especial das “ciências geográficas e correlativas” ou que tivessem contribuído para o progresso das mesmas. Os estatutos de 1895 definiram cinco categorias de sócio: sócios fundadores (enquanto perdurassem); ordinários (com uma quota mensal de 20$00); sócios correspondentes (que, com os seus estudos, correspondência, donativos e/ou influência pessoal, contribuíram para os fins e desenvolvimento da SGL); sócios doadores (personalidades que tinham realizado ou prometido realizar uma doação relevante em obras, documentos, material científico, fundos, bens ou objectos de uso e utilidade social); e sócios honorários (personalidades que tinham prestado relevantes serviços “à Ciência, à Nação ou à Sociedade, na investigação científica e, especialmente, na exploração geográfica, na defesa e reivindicação dos direitos de Portugal ou no engrandecimento da Sociedade”) – cf. artigos 15º a 23º. Em 1894, a SGL contava com cerca de 1 600 sócios, além de 8 sócios honorários (exploradores de África).
Para além das diligências, apoio e divulgação dos trabalhos de exploração do continente africano, das quais se destacaram as viagens realizadas em Angola e Moçambique (Serpa Pinto, 1877-1879; Brito Capelo, 1877-1885; Roberto Ivens, 1877-1885; Henrique Dias de Carvalho, 1884-1888; Francisco Newton, 1880-1907; José Pereira do Nascimento, 1888-1911), a SGL desenvolveu outras actividades de propaganda, educação e ideologia ao longo da sua história. No quadro da propaganda colonial realizou várias comemorações, nas quais o cortejo cívico assumiu lugar de destaque pela mobilização de massas que congregava em torno da ideia e afirmação nacionalista e imperial do país.