Entre as comemorações destacaram-se: em 1880, o tricentenário de Luís de Camões; em 1894, as henriquinas; em 1897-98, o centenário da Índia; em 1915, o centenário de Ceuta e Albuquerque; e, 1924, o de Vasco da Gama. A celebração do centenário do caminho marítimo para a Índia, em 1897-1898, originou uma série de publicações históricas e etnográficas e foi coroada com a inauguração da sua sede social à Rua das Portas de Santo Antão (1897).
Cumprindo uma das finalidades educativas a que se propôs desde a sua instituição, a SGL criou, em 1906, a Escola Colonial (mais tarde elevada a Escola Superior Colonial, que, por sua vez, originou o Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, hoje designado por Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas), albergando-a nas suas instalações até 1934. No domínio da ideologia colonial, a SGL iniciou, a partir de 1927, com periodicidade anual, a Semana das Colónias (ou do Ultramar, após 1952) e promoveu o programa de Intercâmbio Escolar, a partir de 1932. Com o Intercâmbio Escolar, a SGL visou colocar em contacto epistolar crianças e jovens portugueses continentais com outros congéneres residentes nas regiões autónomas, nas colónias portuguesas ou no Brasil (destino mais procurado, segundo se pode deduzir elas cartas enviadas). A Semana das Colónias foi organizada, de forma mais imediata e tangível, em escolas, quartéis e várias colectividades espalhadas por toda a metrópole (e, em menor grau, pelas colónias) através de conferências, exposições e sessões cinematográficas de assuntos coloniais. Esta iniciativa, ao mobilizar um elevado número de recursos humanos tutelados por diferentes ministérios (da Educação Nacional, das Colónias/Ultramar, do Interior, entre outros), concorreu para a afirmação da imagem pública da SGL como instituição civil orientada para a educação colonial.
Paradoxalmente, o programa da Semana das Colónias foi contemporâneo do gradual esvaziamento da SGL no domínio de cooperação técnico-científica em assuntos coloniais por parte do Estado. Os primeiros indícios deste processo de esvaziamento surgiram a partir de 1924 com a criação da Agência Geral das Colónias, no âmbito do Ministério das Colónias, a qual terá a seu cargo a publicação de um Boletim mensal (lançado em 1925 como veículo de propaganda e informação técnico-científica, oficial e institucional das colónias e para as colónias).