Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos (1911-28)
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O volume de publicações não foi uniforme. Constatamos que nos primeiros cinco anos o número de artigos publicados foi elevado (acima dos 20), decrescendo substancialmente a partir de 1916 (veja-se o que referimos atrás para o ano de 1915). Temos de evidenciar os contributos de Fidelino, com 36 artigos, Pedro de Azevedo com 20, embora na sua maioria fosse publicação de fontes, de Edgar Prestage, com 12, de João Lúcio de Azevedo, com 12 e de Fortunato de Almeida, com 11. Dos 127 sócios, 46 publicaram artigos, a acrescentar um impressionante conjunto de 71 colaboradores no conjunto da revista (58 dos quais publicaram artigos).
Os períodos mais tratados ao longo da RH foram o Moderno e Contemporâneo, em consonância com as tendências da altura; os temas mais abordados foram em torno da História Literária, em grande medida devido a Fidelino, História Política e Diplomática, História Religiosa, Biografia e ainda um destaque para textos sobre Historiografia ou Teoria da História (veja-se com maior detalhe A SPEH no contexto historiográfico nacional, pp. 65-71).
A RH foi também um espaço aberto à discussão e com uma componente informativa bastante significativa no que tocava a assuntos de interesse histórico, como a divulgação de cursos livres, temas sobre o ensino da história, bibliografia estrangeira ou nacional recenseada, entre outros. No espaço da discussão, vemos publicadas polémicas entre António Prado Coelho e Fidelino de Figueiredo (em torno de Balzac e sobre a pertinência de um estudo psicológico do autor) e Fidelino de Figueiredo, José Leite Vasconcelos e Menéndez y Pelayo (apontamentos críticos em torno da obra de J.L. Vasconcelos, Religiões da Lusitania, de 1905).
A Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos teve um fim abrupto, intimamente ligado com a tentativa de golpe de 12 de Agosto de 1927, que ficaria conhecido como Golpe dos Fifis. Para além dos vários militares que nele participaram, como Henrique Galvão, Alfredo Morais Sarmento, David Neto e Filomeno da Câmara, também se associou Fidelino de Figueiredo. Posteriormente exilado, não demorou muito tempo até que a SPEH viesse a cessar as suas actividades. Mas não foi de imediato. O último volume da Revista de História assim o atesta, ainda compreendendo os anos de 1927 e 1928 – o que demonstra, mesmo assim, a existência de um fulgor final. Todavia, já com Fidelino de Figueiredo em Espanha, não vemos mais nenhum número da revista ser lançado.