Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos (1911-28)
9 / 15
Tendo em conta os dados disponíveis, podemos observar que até 1920 a SPEH tinha congregado no seu seio 127 sócios, entre saídas e entradas (ver lista completa em A SPEH no contexto historiográfico nacional, Anexo 2, pp.113-121). Este número poderá ter sido substancialmente maior. A entrada de novos sócios foi constante mas relativamente irregular; apesar de tudo, fora o ano de 1916, o número de sócios foi sempre em curva ascendente. Nos primeiros anos registou-se o maior número de entradas, principalmente em 1913, vindo-se a estabilizar até 1919-20, anos em que existe um pico de entrada de novos sócios bastante significativo (em 1920, por exemplo, entraram mais 20 sócios). Não sabemos o porquê deste súbito aumento, mas podemos colocar a hipótese de que a direcção da Biblioteca Nacional de Lisboa em 1918 de Fidelino de Figueiredo tenha dado uma maior projecção à SPEH.
No compto geral, encontramos figuras de elevado relevo entre os associados, como Fidelino de Figueiredo, Anselmo Braamcamp Freire (1849-1921), António Ginestal Machado (1874-1940), Damião Peres (1889-1976), Henrique da Gama Barros (1833-1925), João Lúcio de Azevedo (1855-1933), José Maria de Queiroz Veloso (1860-1952), Fortunato de Almeida (1869-1933), Manuel Paulo Merêa (1889-1977), Francisco Vieira de Almeida (1888-1962) e figuras estrangeiras como Edgar Prestage (1869-1951), Manuel de Oliveira Lima (1867-1928), Charles Raymond Beazley (1868-1955), Charles Oman (1860-1946), entre muitos outros. Alguns dos associados deram, muito provavelmente apenas o seu nome (mas associaram-se). Outros, que poderiam não figurar nesta lista, como aconteceu com Teófilo Braga, aparecem e com algum significado: é o caso de António Sérgio, cujo nome consta apenas durante um ano mas que teve, mesmo assim, uma participação activa, nomeadamente com ideias para a orgânica da SPEH e da Revista de História. Viria, todavia, a sair devido a uma divergência com Fidelino de Figueiredo (A SPEH no contexto historiográfico nacional, pp. 57-58).
Apesar de se encontrar expresso na moldura estatutária de que o ingresso de novos sócios tinha de obedecer a alguns pressupostos (Art. 4º), como obra de especialidade publicada, a verdade é que foi colocado em prática o convite por sugestão, inicialmente com o envio da circular programa e, posteriormente, por carta. Observou-se isto através da correspondência passiva de Fidelino. Por exemplo, os sócios William Ker (1865-1938), professor na Universidade de Londres, Sir Clements Markham (1830-1916), que fora presidente da Sociedade de Geografia de Londres e Charles Oman, professor na Universidade de Oxford, foram sugeridos a Fidelino por Edgar Prestage (A SPEH no contexto historiográfico, p. 57). A participação dos associados na vida da SPEH foi desigual. A figura mais destacada foi sem dúvida Fidelino de Figueiredo: fundador, secretário e ainda aquele que mais contribuiu com artigos para a RH. Mas houve outros que igualmente participaram activamente, principalmente nos primeiros anos, como Pedro de Azevedo, Fortunato de Almeida ou Edgar Prestage.