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A EQUIPA
CONTACTO
Sublinhava o papel insubstituível das elites, na cultura, na administração do sistema político, na estratégia económica, na componente militar. A defesa da independência nacional era o ponto chave da aferição da capacidade das elites e do mecanismo interno da sua selecção e verificação. Para além do domínio do necessário, existe a área decisiva em que se exerce a vontade política nacional. Vincando que a unidade de análise é a pequena potência de uma nação que se estrutura em estado, JBM considera que é precisamente nas pequenas potências que mais se evidencia a relação entre política interna e política externa e mais se torna evidente a “utilidade” da função do Estado. A estes princípios obedeceu a distinção das diferentes conjunturas expressas na organização da obra.
Ao longo da sua vida, JBM continuou a responder às interpelações que o seu tempo colocava à História, ponto em comum com Herculano, que questionou a História questionando-se pelo seu presente. Com a sua obra JBM dialogou, analisando as posições historiográficas subjacentes, os argumentos e os critérios de validação. Não sendo um polemista, no sentido de um contraste sucessivo de posições até ao desgaste ou vitória de uma das propostas, atribuía especial relevância ao debate científico de hipóteses claras e fundamentadas. Aproximar-se-ia, assim, de Karl Popper. Mais do que uma atitude de polemista, está-se perante uma atitude de análise intelectual de posições às quais JBM reconhece importância, o que não quer dizer sempre concordância, e que se interessa em elucidar pelas consequências que delas poderão advir para a ciência. Não se trata, portanto, do gosto primordial pela polémica mas da consequência de uma concepção de serviço a prestar pelo intelectual. Da mesma forma que debatera a posição de António Sérgio, e que virá a discordar de certas interpretações redutoras da obra de Luís de Camões e do humanismo português, compreendeu Herculano e comentou as Origens e estabelecimento da Inquisição em Portugal, chamou a atenção para a importância de Garrett, para a História de Portugal de Rebelo da Silva, para as Épocas de Portugal Económico de J. Lúcio d’Azevedo, para a obra de Oliveira Martins. Assim também elogiou a posição de Américo da Costa Ramalho no que concerne a caracterização do humanismo português, como sublinhou a importância da obra de Frédéric Mauro sobre o Atlântico e a expansão europeia.
