| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
No que respeita à sua intervenção cívica, a mais recente referência foi feita por José Brissos (apresentação da Exposição de Ana Macedo Jorge Borges de Macedo privado e publicado, 2010) que sublinhou como JBM “viveu de forma intensa, quase dramática, a experiência espiritual, política e cultural do século XX”, participando nos debates e opções intelectuais e políticas que se foram sucedendo e que a sua obra bem traduz, com uma evolução ideológica que gerou controvérsia nos que a não compreenderam. Moveu-se por imperativos de consciência e de opção racional, pela verdade, pela liberdade e dignidade moral e independência face ao poder. As sua opções políticas foram, portanto, consequência do amadurecimento das suas opções íntimas e do seu inconformismo. Se em jovem fora activista político na oposição ao Estado Novo e leader estudantil próximo da estrutura de organização do PCP, passando por grupos como MUNAF e MUD, em 1948 subscrevia a candidatura presidencial de Norton de Matos, envolvendo-se depois na revolta da Mealhada e sendo preso no Aljube. Afasta-se posteriormente destas estruturas e, perante a Guerra Civil de Espanha, o Pacto Germano-Soviético de 1939, a persistência do alinhamento do PCP a Moscovo, a invasão da Hungria em 1956, JBM deixa de fazer parte dos resistentes contra o regime, se bem que sempre se mantivesse independente e crítico perante o Estado Novo, advogando uma mudança que garantisse maior liberdade e participação política e debate interno eficaz. Defendendo, assim, mais as reformas e as renovações do que as revoluções, considerava necessário um princípio de autoridade em democracia. Desenvolveu, ao mesmo tempo, a sua atenção aos problemas sociais e à Doutrina Social da Igreja. Acolheu por isso, com expectativa, o governo de Marcelo Caetano e a revolução do 25 de Abril de 1974. |
|||||||||||||