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Entretanto fazia emergir e consolidar a sua vera e definitiva visão do mundo que qualifica como essencialmente liberal. Ora no mencionado prólogo, procede não somente a uma esclarecedora teorização do seu antigo e aparentemente contraditório “marxismo liberal”, como especula sobre o lento processo de autonomização relativamente à vertente materialista da mesma doutrina. A crer na explicação aí exposta relativa à adesão ao pensamento de Marx e à sua ulterior versão política soviética, fruto do desconhecimento da natureza efectiva desta experiência no período do estalinismo, um tal compromisso não terá passado de uma equívoca opção pragmática imposta pela conjuntura sócio-política portuguesa e a urgência em combater a ordem salazarista. Pelo que, o seu real horizonte escatológico não teria sido nunca uma sociedade estatizada e autoritária, mas antes um espaço de liberdades propício à manifestação plena do princípio da individualidade. “O meu “socialismo” [...] estava contido no meu liberalismo” (Dicionário..., op. cit., pp. 9-11, passim até p. 33). Por conseguinte, podendo voltar a reclamar-se do outrora renegado liberalismo sergiano. Como ulteriormente retomar e teorizar, em fase de sedimentação do seu universo axiológico e sócio-político, certos traços duradouros de experiências e sentimentos da mocidade. Nesses anos da maturidade tardia, sempre combativos e férteis de nuances ideológicas, foi evoluindo no sentido de um vago ecologismo, corrente de pensamento amplamente teorizada e projectada na cena pública internacional desde o início dos anos 70. E sempre em convergência, nunca bem explícita, com as distintas variantes do ideal libertário. |
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