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Remontando aos mais distantes marcos dessa impressiva socialização do futuro historiador e político, ainda mal chegado à adolescência e aluno do ensino secundário, é de reter a primeira e relevante fronteira que o desafiou e rapidamente transpôs: a do tradicionalismo católico. No difuso momento de descoberta da complexa ordem do mundo, e considerando o exigente contexto familiar e social donde provinha, a prova representou uma inequívoca manifestação de autonomia. Qualidade que iria subsistir ao longo dos anos como traço dominante do seu carácter. Dispensando então, de forma aparentemente definitiva, a matriz da mundividência que lhe orientara a passagem de uma infância enfermiça e protegida a uma juventude sóbria, estudiosa e tranquila. Idades cujos contornos idiossincráticos, o historiador, em diversos textos, associa à mentalidade e usos do interior beirão, origem do agregado familiar. Um tempo sem mais história, que até aos quinze anos decorre na queirosiana Leiria, pontuado por raras, embora demoradas e tonificantes vivências rurais e serranas. Logo depois, instalando-se na capital com a família, a Lisboa do período de implantação do Estado Novo, aí vai concluir os estudos secundários. E doravante confrontando-se a outros ritmos do quotidiano e uma mais alargada e turbulenta escala existencial. Quotidiano e estudos sempre de perto tutelados pelo progenitor, um estudioso inclinado para as humanidades e reitor das escolas secundárias que o jovem Saraiva frequentou. Em Lisboa, A J S. estabelece novos contactos, alarga o campo de leituras e passa a dispor de um maior conjunto de alternativas mentais e ideológicas. |
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