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Daí em diante, neste novo e incerto ciclo de vida, e após uma fase de dura prostração anímica, envolve-se por inteiro no trabalho de investigação e escrita, o que lhe permite obter os recursos indispensáveis à manutenção do núcleo familiar entretanto constituído. Entre outros livros de feição didáctica ou de crítica literária, empreende uma ambiciosa empresa de pesquisa convertida na sua História da Cultura em Portugal (3 vols. I, 1950; II, 1955 e III, 1962), seguramente o opus magnum saraiviano e um dos monumentos da historiografia portuguesa de meados do século transacto. Um estudo em que também convergem resultados desenvolvidos em anteriores investigações de tipo genérico ou especializadas e, nos dois primeiros volumes, com colaboração não especificada de Jorge de Macedo, Luís de Albuquerque e Óscar Lopes. Entre aquelas investigações contando-se as referidas dissertações sobre Bernardim e Gil Vicente e a primeira síntese sobre a Inquisição Portuguesa (1953). Como também o mesmo estudo tira proveito da primeira e sintética abordagem geral que assinou de uma História da Literatura Portuguesa (1949), a qual, regularmente, será objecto de sucessivas reedições. Por sua vez, vindo a cruzar-se este último texto com os mais extensos capítulos elaborados para uma ampla panorâmica histórico-literária redigida em parceria com Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa (1954), o amigo, correligionário e interlocutor de uma vida. E aspecto a reter, a mais reeditada, refundida e influente obra do género, constituindo, independentemente do sociologismo que a condiciona, mas também por isso, um sopro de renovação crítica que veio a impor, no último meio século, o cânone literário nacional. E quanto à acima mencionada e pessoal História da Cultura em Portugal, a volumosa obra de sociologia cultural e análise ideológico-literária, importa por sua vez acrescentar que acolhe alguns dos resultados inseridos em Para a história da cultura ... (1946). Uma colectânea onde agrupa textos sobre a sociologia da literatura, a épica camoniana - Camões é um dos clássicos renascentistas a quem A .J. S. dedicou inovadoras análises críticas - .e um ensaio sobre Garrett. Como ainda o resultado das primeiras prospecções de fundo da obra de Oliveira Martins. Como é sabido, um dos pilares da Geração de 70, a grande paixão histórico-literária de A. J. S., ao longo de uma vida de intenso convívio com os nomes cimeiros das letras nacionais e uma particular predilecção pelos mestres oitocentistas. Autores a quem também consagrou, nessa prodigiosamente produtiva década de quarenta, entre outros textos de menor vulto, os seguintes títulos: As ideias de Eça de Queirós (1946), obra distinguida com o prémio da Academia das Ciências de Lisboa; A evolução do teatro de Garrett (1948); Herculano e o liberalismo em Portugal (1949); A obra de Júlio Dinis e a sua época (1949). |
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