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Já no relativo à produção de carácter doutrinal e à esfera das realidades sócio-políticas, domínio do discurso denotativo, aí, é de regra, uma rigorosa normativa metodológica e a mais estrita univocidade na formulação conceptual e na construção de uma proposta interpretativa. E assim, “ ... os termos têm de ser rigorosamente definidos e os nexos entre eles passados escrupulosamente ao crivo” (ibid. p. 38). Ou seja, vendo bem, e em jeito de balanço, o conjunto destas posições, como atrás se sugeriu, colocam Saraiva numa posição ideológica assaz heterodoxa relativamente à versão “vulgar” do materialismo histórico. Quer no concernente à visão determinística da esfera cultural, quer no esfusiante finalismo positivista da doutrina. E note-se, ao contrário do que fariam supor, como se verá de seguida, certas linhas programáticas conjunturais assumidas nos anos pós-universitários e em contexto de acérrima luta político-doutrinal intrapartidária. Isto por que, em paralelo ao imponente espólio discursivo acima enunciado - raríssimos são os autores com uma obra tão notável e vasta na sua faixa etária -, contam-se ainda, neste ciclo de trabalho historiográfico e crítico, os já aludidos escritos de notória dimensão polémica e aos quais, em grande parte, ficou a dever, no espaço de quase duas décadas, o estatuto de maître-à-penser da esquerda marxista nacional. |
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