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Nascido em Paris em 1915 no seio de uma família de origem judaica, Albert Silbert realizou naquela cidade os seus estudos secundários e superiores, tendo frequentado a Sorbonne e a École des Hautes Études (VI secção) na segunda metade dos anos trinta, antes da Segunda Guerra Mundial, período onde se situa a sua formação intelectual. Foram seus professores personalidades tão influentes na historiografia francesa e internacional como Marc Bloch e Georges Lefebvre na primeira e Fernand Braudel na segunda. Teve também como colegas futuros historiadores que viriam igualmente a distinguir-se tanto na profissão como no interesse pelos países Ibéricos e seus impérios como Frédéric Mauro. Numa entrevista concedida à revista Ler História em 1985 referiu que, enquanto candidato à agregation, foi com Braudel que o seu interesse pelo mundo ibérico despertou, um interesse alimentado tanto pela história como pela política contemporânea, em particular pela Guerra Civil de Espanha, cujo início reconheceu ter sido “um choque” para ele como para muitos outros jovens. Na mesma entrevista, torna bem clara essa relação entre história e política nas origens do seu interesse pela Península Ibérica ao afirmar: “Como eu me formara em história queria compreender as relações entre os fenómenos políticos e sociais e particularmente qual a influência da grande propriedade nas origens daquele conflito” (Albert Silbert, Entrevista à Ler História nº 5 (1985) conduzida por Magda Pinheiro, p. 121). Se estas razões pesaram nos seus futuros estudos de história agrária, em particular na grande obra que seria a sua tese de doutoramento Le Portugal Meditérranéen à la fin de l’Ancien Régime - XVIIIe – début du XIXe siècle. Contribution à l’histoire agraire comparée, o gosto pela história agrária que na introdução daquela obra atribui a Marc Bloch e a Georges Lefebvre, é também indissociável da sua formação em Geografia, uma disciplina, à época, profundamente ligada à História na universidade francesa. A esse respeito diz na já citada entrevista: «Não devo esquecer o papel dos geógrafos. Antes da guerra os historiadores franceses tinham ainda mais do que hoje uma formação em geografia (…) ora a geografia agrária da época utilizava a explicação histórica. Falava-se muito de “colectivismo” e de “individualismo”» (Le Portugal Méditerranéen..., p. 122). A eclosão da 2ª Guerra Mundial iria adiar por mais de meia década os estudos e projetos do jovem Albert Silbert como os de tantos outros milhões de jovens. |
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