| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
SILBERT, Albert | |||||||||||||
No próprio ano do aparecimento de “Chartisme et Septembrisme” no Bulletin des Études Portugaises, Jorge Borges de Macedo havia de dar testemunho do interesse que os trabalhos de Silbert começavam a suscitar em Portugal, embora no seio de um grupo restrito de investigadores, ao publicar sobre ele uma pequena mas muito elogiosa recensão crítica. Nela fazia notar que Albert Sibert não era “um desconhecido na investigação da História de Portugal “já que há muito se dedicava “à história rural portuguesa, campo deserto da nossa historiografia a que corajosamente se entregou” (Jorge de Macedo, “Chartisme et Septembrisme...”, por Albert Silbert, Ler. Jornal de Letras, Artes e Ciências, nº 19, Outubro de 1953, p. 3). Dos anos de 1950 data também a publicação de um ensaio historiográfico sobre a ilha da Madeira que permaneceu singular no seu percurso. Um ensaio importante que perspectiva o comércio madeirense na longa duração, de 1640 a 1822, analisando o seu papel no comércio Atlântico, acompanhando rotas e tráfegos associados aos seus ciclos produtivos: da cana-de-açúcar ao vinho, e mostrando também a instável relação com a economia do continente. Publicado em 1954, em francês, pela editorial Império, o texto viria a ser duas vezes reeditado depois da sua morte nos anos 90 (Uma encruzilhada do Atlântico, Madeira (1640-1820), 1997). Mas sem dúvida a projeção da obra de Albert Silbert em Portugal tornou-se muito maior após a publicação respetivamente em 1966 e 1968 de Le Portugal Meditérranéen e de Le problème Agraire Portugais. Quando abordamos as repercursões destas duas obras maiores de Silbert, em particular da primeira, a sua volumosa tese que ocupa cerca de 1200 páginas e à qual consagrou tantos anos da sua vida, procuramo-las sobretudo em Portugal, onde estas obras se tornariam incontornáveis referências historiográficas e tendemos a passar em claro os seus ecos em França. No entanto, a primeira reacção académica a Le Portugal Méditerranéen veio de fora do país e revestiu a forma de uma recensão critica de autoria de Frédéric Mauro publicada na Revue belge de philologie et d'histoire (recensão a Albert Silbert, Le Portugal Méditerranéen. Revue belge de philologie et d'histoire, 1967, vol. 45, nº 2, pp. 551 – 555). Esta recensão é, claramente, o resultado de uma leitura muito atenta da obra por um bom conhecedor da história portuguesa capaz de avaliar o carácter inovador do trabalho de Silbert e de o situar também no quadro da produção historiográfica francesa do pós-guerra. |
|||||||||||||