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SILBERT, Albert | |||||||||||||
Foi sucessivamente convidado, mais tarde, por várias universidades portuguesas, como as universidades de Évora, do Porto e de Coimbra. Esta última viria a distingui-lo em 1991 com o título de doutor honoris causa. Nessa mesma data foi também homenageado pela APHES (Associação Portuguesa de História Económica e Social), num encontro organizado igualmente em Coimbra. No seu doutoramento honoris causa teve como padrinho António de Oliveira e o seu elogio foi proferido por Luis Reis Torgal e Irene Vaquinhas. O primeiro viria a publicar uma pequena notícia sobre o evento na Revista de História das Ideias (“Doutoramento Honnoris Causa do Professor Albert Silbert”, Revista de História das Ideias, pp. 513-514) em que, muito justamente, assinala o facto de a cerimónia ter contado com a presença do próprio Presidente da República da época, Mário Soares. Além do prestígio intelectual de Silbert, esta presença parecia assinalar também o papel material e simbólico que o historiador francês tinha desempenhado entre os exilados portugueses em França. Depois do 25 de Abril, a influência da sua obra nos programas e bibliografias dos cursos de história criados ou renovados depois dessa data em Portugal foi notória. A sua caracterização do feudalismo português, por exemplo, e, nesse quadro, a problemática dos forais marcaram mais de uma geração de jovens estudiosos do mundo rural português nos finais do Antigo Regime e na primeira metade do século XIX e essa presença, como é de supor, estendeu-se aos cursos de geografia, de sociologia e de antropologia profundamente atraídos no final dos anos de 1970 e na década seguinte pela evolução das estruturas agrárias e pela sociedade rural portuguesa. Albert Silbert tentara, entretanto, enveredar pelo estudo de uma outra região que desde cedo o interessara: Trás-os-Montes, onde um dos seus temas mais caros, o coletivismo agrário, tinha grande campo de aplicação. Não tendo encontrado suficientes apoios para o prosseguir, enveredou por estudos de história agrária da França, estudando os dízimos na região de la Beaune dos séculos XVI a XVIII. O resultado seria publicado num volume colectivo editado por Joseph Goy e Emmanuel le Roy Ladurie sobre as flutuações do produto da dízima do fim da Idade-Média ao século XVIII, publicado em 1972 (“Les relations franco-portugaises à la fin du XIX e siècle”. Histoire du Portugal, Histoire Européenne, 1987, pp. 237-252). Mais tarde, depois da sua colocação na Universidade de Clermont-Ferrand, sentiu-se no dever de se tornar especialista do Auvergne contemporâneo. “La région Auvergne pendant le gouvernement Daladier” publicado em 1978 foi um resultado dessa obrigação que se impôs e a sua segunda incursão na história do século XX. |
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