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SILBERT, Albert | |||||||||||||
Inteiramente consagrado ao trabalho da sua tese conseguiu obter condições para, entre 1948 e 1950, passar 14 meses em Portugal onde pela primeira vez contactou com os arquivos nacionais e mais proximamente com investigadores portugueses. Além de historiadores ligou-se igualmente a geógrafos, na linha da sua própria formação, em particular a Orlando Ribeiro com quem manterá uma amizade e um diálogo intelectual muito vivos. Alguns dos problemas postos por este geógrafo, ligados ao colectivismo agrário, como o dos openfields da Beira-Baixa, quadravam bem com os ensinamentos que, no domínio da história agrária, tinha colhido de Marc Bloch e Georges Lefebvre. Na já citada entrevista onde evoca os seus primórdios no conhecimento de Portugal, refere a importância que para os seus estudos tiveram as visitas ao terreno, como as que realizou com Orlando Ribeiro à zona centro e com o geomorfólogo e agricultor Mariano Feio ao Alentejo e Algarve. Considerou que este último lhe tinha ensinado tudo sobre a agricultura alentejana. Contactou também com etnólogos como Jorge Dias que encontrou por via de Mariano Feio, com os quais conheceu o Norte do país, em particular o Minho, onde pôde observar a paisagem das agras, os mini-openfields já estudados por Alberto Sampaio (Entrevista à Ler História nº 5 (1985), p. 123). Menos felizes terão sido as suas explorações nos arquivos centrais portugueses, em particular na Torre do Tombo, que considerou ser, nessa altura, pouco acessível e pouco habituada à presença de historiadores. O mesmo não sucedeu com a Assembleia Nacional (hoje Assembleia da República) onde recolheu os documentos da comissão de agricultura das primeiras Cortes liberais portuguesas, cujo estudo esteve na origem da sua tese complementar publicada com o título de Le probléme agraire portugais au temps des premiéres Cortès libérales. A sua preferência pelos arquivos regionais e locais, que considerou serem menos condicionados embora mal-organizados, é uma característica que pode detetar-se, desde logo, nos agradecimentos que dirige a diversas individualidades no prefácio do Le Portugal Meditérranean por neles o terem guiado e que refere sistematicamente, pessoa a pessoa e localidade a localidade, no jeito minucioso e escrupuloso que lhe era muito próprio. |
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