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Academia Portuguesa da História II (1936 – 1974)A HistoriografiaI / | ||||||||||||
Se, por um lado, é relativamente extremo, por outro as tendências que revela apresentam-se noutros episódios de forma mais matizada. Pode, portanto, ser interpretado como relativamente ilustrativo dos procedimentos da Academia. Depois da eleição do Conselho Académico de 1948, a APH sofreu uma mudança relativa na direcção dos seus trabalhos, entrando para o conselho Académico Queiroz Veloso, Damião Peres e Marcelo Caetano, o mais dinâmico e reformador dos três. Imediatamente após este se ter juntado ao Conselho Académico, verifica-se da sua parte uma série de trabalhos de organização que podem ser categorizados de duas formas: a produção de uma história mais crítica e cooperativa, e comemoração da história de forma mais visível e eficaz. Ainda em 1946, antes de ser membro do Conselho, e quando era Ministro das Colónias, Marcelo tinha convidado a Academia a participar nas celebrações do 5º centenário da descoberta da Guiné, “remetendo uma memória em que indica obras que necessitam de nova edição e manuscritos inéditos, documentos e cartas geográficas que se devem publicar. Deseja Sua Excelência que tanto as novas edições como a publicação dos inéditos se faça criticamente, comparando os vários exemplares e anotando-os debaixo de vários pontos de vista, como o linguístico, histórico, geográfico, etnográfico e histórico-natural” (APH, Boletim 1946, 68). É de notar como, neste exemplo, Marcelo alia o documentalismo sempre presente na Academia com um desejo de trabalho cooperativo tendo em vista uma comemoração. A Academia também continua a publicar fontes, mas, desta feita, em edição crítica, como foi o caso da Crónica Geral de Espanha, preparada por Lindley Cintra e aprovada pelo Conselho logo em 1950. Também nas comemorações Marcelo trouxe algumas mudanças, se bem que relativamente efémeras. Numa sessão extraordinária da APH, comemorou-se a ratificação do tratado de Madrid (1750), sendo convidados os embaixadores do Brasil e da Espanha, e havendo consequentemente bastante mais impacto no exterior da academia. No início dos anos 1950, a crítica de fontes ganha grande relevo, na instituição e torna-se uma prática relativamente hegemónica dentro da virtude do documentalismo, que continua a ser uma das virtudes directoras na Academia. É nestes anos que entram para a Academia Virgínia Rau, Veríssimo Serrão e Silva Rêgo. |
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