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Academia Portuguesa da História II (1936 – 1974)A HistoriografiaI / | ||||||||||||
Entre os seus vinte cinco membros fundadores, encontramos personalidades como o Capitão Abel Fontoura da Costa, figura política durante a 1ª República, Alfredo Pimenta, historiador, poeta e polemista, intelectual antiliberal e correspondente pessoal de Salazar, Damião Peres, coordenador da História de Portugal de Barcelos, Júlio Dantas, homem de letras reconhecido e presidente da Academia de Ciências de Lisboa, Manuel Paulo Merêa, um dos mais admirados historiadores portugueses do Direito no século XX, Marcelo Caetano, historiador do direito e futuro sucessor de Salazar como presidente do Conselho de Ministros, e, claro, os membros do Conselho Académico. Outros académicos incluiriam João Ameal, escritor da História de Portugal publicada pelo SPN (Secretariado de Propaganda Nacional) e muitas vezes apelidado “historiador do Regime” (Torgal, “tempo de ‘ditadura’”, História da história em Portugal, 277) , o Almirante Gago Coutinho, historiador e um dos primeiros dois homens a atravessar o Atlântico Sul de avião, Charles Ralph Boxer, historiador britânico da expansão portuguesa e holandesa, Georg Otto Schurhammer, alemão perito na vida de S. Francisco Xavier, ou Gilberto Freyre, historiador e sociólogo Brasileiro, pai da teoria do luso-tropicalismo. O espaço estava então aberto para uma nova organização no seio da história enquanto profissão. Com reuniões regulares a cada quinze dias, ao longo do ano escolar (entre Outubro e Julho), estes sócios apresentariam o seu trabalho, discuti-lo-iam, e trabalhariam, de facto, no ambiente académico mais colectivamente organizado até então. O Conselho Académico, por seu turno, orientaria os esforços dos historiadores conforme os objectivos do Estado, dirigindo historiadores a responder a perguntas sobre a localização de certos eventos históricos a ser comemorados, gerindo publicações académicas, mais proeminentemente a propósito da comemoração do duplo centenário de 1939-1940, que culminaria na exposição do Mundo Português (1940), e premiando aqueles académicos que se iam distinguindo através do título “Académico de Mérito”. A primeira preocupação da APH e dos seus membros era com o conhecimento e as virtudes a si associadas. A questão torna-se, então, que tipo de conhecimento era procurado? De facto, o compromisso com o conhecimento pode ser dividido em dois compromissos fundamentais: ciência e documentos. |
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