No caso das enciclopédias, uma das principais casas a distinguir-se, a partir dos anos 60, é a Editorial Verbo, fundada por Fernando Guedes (1929-2016) em 1959. Embora generalista, também se destaca no campo dos estudos universitários e com a colecção «Livros RTP», a partir de 1970, um enorme êxito de vendas, com tiragens na ordem das dezenas de milhar. Mas antes, em 1963, começa a publicar a Verbo –Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, à qual se seguirá a Logos, enciclopédia de filosofia, a Polis, sobre a sociedade e o Estado, e a Enciclopédia Verbo Juvenil. No campo do ensaio, destaca-se a colecção «Presenças», que contará com nomes como Jacinto do Prado Coelho, Joaquim Veríssimo Serrão, Virgínia Rau, José V. de Pina Martins, Manuel Antunes, Maria Helena da Rocha Pereira entre outros. (A. Anselmo, Idem, 2015, pp. 171-175.)
No pós-25 de Abril, alguns destes projectos manter-se-ão, agora sem os espartilhos da censura, outros encerram, não se adaptando à nova realidade. Nos anos seguintes, algumas editoras afirmam-se fortemente no campo da história, como as Edições 70 ou a Estampa, apesar de terem sido fundadas antes da revolução. Outras continuaram o caminho que tinham vindo a trilhar, como a Europa-América, a Verbo ou a Livros Horizontes. Outras ainda serão fundadas já na democracia e deixarão uma marca considerável nos anos vindouros, como a Caminho. Além dessas mudanças, e fruto da renovação historiográfica que então se verifica, surgem também novas histórias gerais, normalmente colectivas, em vários volumes e sobre vários temas, conhecendo um enorme êxito de vendas, que também se estende a obras de síntese, portuguesas ou traduzidas.