O seu catálogo está intrinsecamente ligado à vida universitária. Há, por isso, abundância de compêndios, publicações de direito e filosofia, colectâneas de legislação. Mas há também trabalhos de cariz literário e religioso; ou relacionados com a vida interna da universidade, como regulamentos. Também edita livros de história, principalmente de historiadores ligados à universidade – mas não só – ou manuais para servirem de apoio às aulas.
Embora estas se possam considerar as principais instituições a actuar no campo da edição historiográfica, não foram as únicas. No século XX, podemos mencionar a Academia Portuguesa da História – destacando-se na publicação de fontes (as suas obras de maior dimensão), frequentemente associadas a comemorações – ou os vários centros de investigação universitários, que publicavam trabalhos dos respectivos investigadores. Ou ainda a Agência Geral das Colónias/Ultramar (e também a Junta de Investigações do Ultramar), com produção direccionada para a história colonial, de acordo com os interesses do regime relativamente às colónias, editando-se estudos, fontes ou obras de divulgação. Veja-se, por exemplo, o Boletim Geral das Colónias/Ultramar (1925-1969), ou colectâneas como a Documentação para a História das Missões do Padroado Português do Oriente (1947-1958, em 12 volumes), coligida por António da Silva Rego, ou a Monumenta Missionaria Africana, coligida por António Brasio (1952-1988, em 22 volumes; a partir do volume 12, na Academia Portuguesa de História).
Da edição estatal, com as suas lógicas institucionais, em que frequentemente as mercantis estão ausentes, passemos para a privada, na qual acontece o oposto. Pondo de parte situações em que o gosto ou algum projecto cultural do editor possam levá-lo a lançar um livro sem apelo comercial; a necessidade de sobrevivência económica do empresário pressupõe a fria lógica do custo-benefício na hora de avançar com um projecto. Limitar-nos-emos apenas a traçar uma panorâmica geral, pois o número de editoras que nalgum momento publicaram livros de história é enorme (de existência, muitas vezes, efémera) e raras aquelas que cultivaram uma dedicação especial à história. Restringimos, por isso, a análise, centrando-nos em algumas das mais representativas, seja pela sua longevidade (Bertrand, Parceria A. M. Pereira), pelo impacto popular do seu projecto (David Corazzi, Cosmos), pela relevância que a dado momento assumiram (Ática, Europa-América, Verbo) ou pela especial atenção dada à historiografia (Empresa da História de Portugal, Portucalense, Portugália, Livros Horizonte).