Além disso, parte considerável dos historiadores em actividade no século XIX, principalmente na primeira metade, publicam pela Academia ou participam nas suas publicações colectivas, de periodicidade irregular, nomeadamente: Memórias Económicas, Memórias de Literatura ou História e Memórias. Difícil é descobrir quem ali não tenha sido editado. Mas citemos alguns nomes, como Pascoal de Melo Freire, António Ribeiro dos Santos, António Caetano do Amaral, João Pedro Ribeiro, José Acúrsio das Neves, Trigoso de Aragão Morato, Fortunato de S. Boaventura ou Joaquim José da Costa de Macedo, por ali terem dado a conhecer parte significativa da sua obra historiográfica, senão mesmo a totalidade.
A Imprensa Nacional, fundada em 1768, no âmbito das políticas reformistas pombalinas, com o nome de Imprensa Régia, atravessou períodos de maior ou menor fulgor, mas manteve-se sempre em funcionamento. Em 1821, mudou de nome para Imprensa Nacional (por ser «propriedade da Nação», afirmou-se, muito significativamente) – a partir dessa década, começam a ser-lhe atribuídos os exclusivos da impressão de documentos legislativos e burocráticos. Além das edições próprias e destes trabalhos de cariz mais oficial, uma parte considerável da produção devia-se a encomendas de particulares. Foi desde o início uma instituição de primeiro plano no sector, pelo tamanho, pelo número de livros produzidos, pela fundição de tipos e importação de maquinaria recente, pela formação de impressores. Também desde o início, e é praticamente uma constante, a Imprensa Nacional serve de apoio às várias políticas culturais que o poder político foi construindo.
Até ao início do século XIX, concorria com os impressores privados, financiando-se em larga medida com o exclusivo da fabricação de cartas de jogar. Depois das Guerras Liberais, passou por um período de modernização, promovendo, por exemplo, a importação de tecnologia (como a fundição mecânica ou a impressão a vapor). Esse movimento de renovação, que a aproximou às congéneres europeias, chegou ao fim no final do século, devido à crise. Contudo, a implantação da República irá reforçar o seu papel cultural. Já o Estado Novo, embora nela incorpore o material de outras tipografias estatais, impede-a de prosseguir a actividade de edição habitual, reservando-a apenas para a produção que, pelas suas características, não pudesse ser realizada por empresas privadas. A isso acrescentavam-se as publicações da Biblioteca Nacional, da Academia das Ciências, da Academia Portuguesa da História e da Academia Nacional de Belas-Artes. Só depois da II Guerra Mundial haverá maior investimento na empresa – a qual, na verdade, só torna a assumir relevância na edição a partir dos anos 70. Em 1972, promove-se a fusão com a Casa da Moeda, criando a actual Imprensa Nacional-Casa da Moeda. (M. I. Queiroz et al., 250 Anos…, 2020.)