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A EQUIPA
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1779-1884 | 1885-1974
Por isso, no seu entender este poder não se limitava só ao Estado: “Une institution est une idée d’oeuvre ou d’entrepise qui se réalise et dure juridiquement dans un milieu social; pour la réalisation de cette idée, un pouvoir s’organise qui lui procure des organes; d’autre part, entre les membres du groupe social intéressé à la réalisation de l’idée, il se produit des manifestations de communion dirigées par les organes du pouvoir et réglées par des procédures” (apud Millard, “Hauriou et la théorie de l’institution”, Droit et Société, nº 30/31, 1995, p. 392).
Se estas teorias tiveram repercussões enormes na Europa para superar a história institucional de pendor estadualista, liberal e positiva, não tiveram repercussões em Portugal senão a partir do fim do Estado Novo. Aconteceu o mesmo com o movimento historiográfico da Escola dos Annales e da vaga revisionista da historiografia marxista na medida em que tomavam a história institucional por uma coisa menor, um reflexo do modo de produção e das forças produtivas. As tendências que, apesar de tudo, estavam a contrariar esta moda, nomeadamente a partir de Louis Althusser (teoria da sobredeterminação), não foram sequer rececionadas em Portugal.
Só nas últimas três décadas do século XX, depois dos trabalhos de António Manuel Hespanha, curiosamente um historiador que veio do Direito (Cristina Nogueira da Silva et al. Eds , António Manuel Hespanha, Entre a História e o Direito, 2015), a história das instituições começou a trabalhar temas inovadores enquadrados no descentramento do(s) poder(es), construção social e política do Estado, perda do monopólio das instituições de coerção, descoberta do poder doce da persuasão, violência simbólica, mecanismos de legitimação, pluralismo político, alteridade das normas jurídicas, autopoiese da burocracia, o amor e os afetos da dominação ou dispositivos disciplinares de governo.
Seja como for, estas duas grandes dimensões teóricas e metodológicas, a de pendor mais formalista-estadualista e a da fragmentação de objetos de estudo e de metodologias continuaram até ao tempo presente, privilegiando diversas análises e críticas que contribuíram e contribuem para a valorização e o enriquecimento do próprio conceito de instituição e da história das instituições.
