De certo modo inusitado foi o reaparecimento (1804) do livro de Frei Nicolau de Oliveira (1566-1634) que servirá como fonte para muitos trabalhos posteriores. O autor esteve em Marrocos, na libertação de cativos, e publicou (1620) o Livro das Grandezas de Lisboa composto pelo padre Frey Nicolao d’Oliveira, religioso da Ordem da Sanctíssima Trindade, e natural da mesma cidade, dirigido a D. Pedro d’Alcáçova, alcayde mor das três villas, Campomayor, Ongvella, e Idanha a Nova, e comendador das Idanhas com um resumo sobre a rede orgânico-funcional da Administração Central da Coroa: Senado da Câmara, tribunais, Juízo da Âlfandega, Mesa da Consciência e Ordens, Conselho da Fazenda, Conselho de Estado, Tribunal do Santo Oficio, Tribunal da Legacia, Desembargo do Paço, Juízo dos Feitos d’El Rey e da Coroa e Chancelaria da Corte, para além de elencar ofícios e descrever a tramitação processual.

Pela mesma altura, Joaquim de Santa Rosa de Viterbo (1744-1822), franciscano, membro da ARCL e notário apostólico (1791), visitou muitos arquivos e bibliotecas e compilou o Elucidario das palavras, termos e phrazes, que em Portugal antigamente se usaram, e que hoje regularmente se ignoram: obra indispensável para entender sem erro os documentos mais raros e preciosos que entre nós se conservam. Publicado em beneficio da litteratura portugueza, e dedicado ao Principe Nosso Senhor.

Mas a prática do método diplomático e paleográfico foi marcada por João Pedro Ribeiro (1758-1839) com as Dissertações Chronológicas e Críticas sobre a História e Jurisprudência Ecclesiástica e Civil (1810-1836) e pelo estudo da legislação e dos modelos de governação de José Anastácio de Figueiredo (1766/1805), Synopsis Chronológica de Subsidios, ainda os maiores, para a Historia e estudo critico da Legislação Portugueza (1790) e Memória sobre a origem dos nossos Juízes de Fora (1792).

Contudo, os trabalhos mais relevantes pertenceram a Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato (1777-1838) que estudou no Colégio dos Nobres antes de ingressar na UC para terminar Direito Canónico (1799). No período anterior à revolução foi lente da UC, membro da ARCL e viria a ser eleito deputado às Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa e nomeado Par do Reino (1834).

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