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Não trata A Economia dos Descobrimentos Henriquinos apenas da economia, como foi arguido de forma ignara. A dificuldade provinha precisamente do modo como economia, sociedade e cultura se apresentavam articuladas, harmónicas ou conflituais. E isto não servia aos que, nas vésperas da guerra colonial, precisavam encontrar no Infante um puríssimo visionário, um virginal salvador de almas dos escravos (que vendia para os converter à fé católica – segundo indelével descrição de Zurara...) Verdade seja que Magalhães Godinho diminuía o Infante, pois a angélica figura era forçada a abandonar as abruptas falésias de Sagres para se mover em concretas e duras condições económicas, sociais e políticas, onde avultava e que não dominava: há outras personagens, há outras forças em presença, há interesses diversificados, concorrenciais. Tampouco Portugal é um rectângulo isolado das motivações e estratégias dos povos ribeirinhos do Mediterrâneo e do Atlântico. |
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