Neste domínio destaca-se a sua ação como diretor do Boletim da Real Associação dos Arquitetos Civis e Arqueólogos Portuguezes, uma instituição que lhe prestou sentida homenagem, aquando da sua morte em 16 de Dezembro de 1911. À semelhança do seu antecessor, Gabriel Pereira foi depois nomeado Inspetor Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos (13 novembro 1902) e, pelo decreto de 18 de março de 1911, foi colocado como Inspetor das Bibliotecas Eruditas e Arquivos. No âmbito destas funções apresentou uma tese ao Congresso Nacional sobre Arquivos Nacionais, realizado em 23 de maio de 1910, onde deixa bem claras as suas críticas à gestão do Arquivo da Torre do Tombo, por falta de pessoal e com más remunerações, além das deficientes condições logísticas em que se encontrava o espólio deste arquivo nacional. Entre as ideias apresentadas, consta também a criação de arquivos distritais, bem como a ampliação do curso de bibliotecário-arquivista. A sua postura crítica denota a vontade de introduzir mudanças nas duas grandes instituições que tutelava, a Torre do Tombo e a Biblioteca Nacional, onde investiu consideravelmente na vertente científica e de uma divulgação especializada, através da organização de exposições bibliográficas sobre personalidades da cultura portuguesa (Pde. António Vieira; Almeida Garrett, etc.).
Este trabalho consolidou-se com a publicação do Boletim das Bibliotecas e Arquivos Nacionais, depois conhecido como Anais das Bibliotecas e Arquivos, e prosseguiu com os trabalhos do Xavier da Cunha, o cirurgião da Marinha que se assumiu preferencialmente como jornalista, escritor, bibliógrafo e poeta, usando o pseudónimo Olímpio de Freitas. Entrou na BNL em 1886 como segundo conservador, ascendendo depois a diretor (1902). Foi uma direção norteada pelo pendor particularmente intelectual, erudito, do seu responsável, patente na preocupação com o reforço do acervo, mas também do controlo da capacidade técnica do pessoal, por ele acusado de laxismo, e da restrição do acesso a pessoas de estatuto intelectual inferior.
Na sua conceção a Biblioteca Nacional deveria servir apenas os investigadores, os eruditos e diletantes das letras, opondo-se terminantemente a uma visão mais ampla de divulgação da leitura, que se designava por pública.