Confirmando a prolífica actividade de escritor e historiador autodidacta, Luís de Pina actualizaria vários dados em História do Cinema Português 1896-1986 (Publicações Europa-América, 1986), um “livro de bolso” que, pela sua abrangência, se tornou a principal referência para os estudos de cinema em Portugal.
Sucessor de Félix Ribeiro na Cinemateca, Luís de Pina desempenhou uma acção decisiva na afirmação desta instituição como centro de investigação e núcleo editorial em torno da preservação do património cinematográfico. A nível individual, para além das histórias publicadas, o autor colaborou com diversas publicações periódicas e também insistiu na divulgação de temáticas marginalizadas e pouco conhecidas do público. Por outro lado, enquanto funcionário público, teve oportunidade de organizar diversos serviços cinematográficos e, na fase marcelista do regime, ser promotor da visão oficial do Estado Novo sobre a história do cinema português. Tal como o seu predecessor na direcção da Cinemateca, Luís de Pina deixou a sua marca pessoal na orgânica da instituição e foi justamente homenageado pela valiosa actividade em prol do cinema português. De uma forma óbvia, Luís de Pina sucedeu a Félix Ribeiro enquanto “cronista oficial do reino”.
No contexto da Revolução de Abril de 1974, o panorama cinematográfico sofre importantes alterações. Invariavelmente, a actividade editorial dedicada a assunto do cinema também reflecte as novas directivas ideológicas, publicando-se obras de interessante que até aí não tinham oportunidade. Assim, nos anos subsequentes, publicam-se O Imperialismo e o Fascismo no Cinema de Eduardo Geada (Morais Editores, 1977), Cinema e Censura em Portugal de Lauro António (Arcádia, 1978) e Rumos do Cinema Português de Germano Cleto (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, 1979).