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Assim cenas como o desembarque do exército liberal de D.Pedro IV no Pampelido, foram escritas na sequência de uma incursão a essa praia do norte de Portugal. E na viagem por terras de Castela em 1894, de visita aos lugares em que tinha ocorrido a batalha do Toro, tinha a intenção de tomar contacto com os ambientes onde circulara Afonso V e assim colher elementos para a redacção d’O Príncipe Perfeito (vd. Cartas Peninsulares 2018, introd. de César Rina). Por outro lado, perante a falta de informação, adoptava uma outra estratégia narrativa: o recurso a marcas de enunciação que remetem para suposições, relativizando assim a assunção da verdade, processo bem patente também no Portugal Contemporâneo: “parece que…”, “talvez”; “se foi verdade…”. Ou a multiplicação de possibilidades do sucedido: assim, p.ex. a propósito da morte de D.João VI, causada ou não por envenenamento, ou de perguntas sobre o futuro (a propósito da conjuntura que então se viveu, em 1826). Outro processo muito usado pelo autor, foi o das analogias entre figuras históricas portuguesas e figuras da antiguidade (históricas, literárias ou míticas): assim, por exemplo, o infante D.Henrique, ao conceber o império é visto como o “Cipião português” e nele renascia “o génio mercantil de Hanon e o génio militar de Aníbal” (Os filhos, pp.18 e 198). D. Pedro teria sido o “Hamlet português” (Idem, p.236). E Herculano é comparado a Catão. Do ponto de vista da recepção, o método psicológico e de reconstrução sintética adoptado pelo historiador tornou-se de grande eficácia, inclusive no campo do ensino (que também esteve no horizonte das suas preocupações). As numerosas reedições de muitas das obras de Oliveira Martins, não apenas em português mas em versões castelhanas, sem esquecer, em alguns casos, também em língua inglesa, revelam o persistente interesse que despertou o seu trabalho. A sua interpretação da história nacional deixou fortes marcas em historiadores, ensaístas, romancistas e poetas seus contemporâneos e posteriores (Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Ruy Belo, António Sérgio, Jaime Cortesão, A. José Saraiva, Óscar Lopes, Eduardo Lourenço, entre tantos outros), até à actualidade. Sem esquecer cineastas como Manuel de Oliveira. |
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