Descobrimentos e expansão portuguesa, História dos
11 / 20
Mas acompanha com rigor o que então se sabia já da descoberta da costa ocidental de África até 1460. Para depois passar às expedições de Diogo Cão e de Bartolomeu Dias. Desenvolve ainda as viagens de Vasco da Gama, de Pedro Álvares Cabral e de João da Nova. Estende-se também nos feitos de D. Francisco de Almeida e de Afonso de Albuquerque – e dos que se lhe seguiram. Para atingir a presença lusa nas Molucas, na China e no Japão. Da expansão portuguesa nos mares do Oriente passa à viagem de Fernão de Magalhães e às questões postas pela presença e exploração das Molucas. Fernão de Magalhães que considera “um dos navegantes mais eminentes de todos os tempos, se não porventura o maior de todos”. (Ibid., p. 410).
A História do Dr. Sophus Ruge na sua versão portuguesa é a primeira obra que expõe uma panorâmica do que ao tempo se sabia e se pensava sobre tais matérias. Obra cujo original alemão não era porém recente, pois datava já de 1881 – incluído no vol. XIII da grande História Universal dirigida por Wilhelm Oncken (1838-1905). Que tinha a vantagem de procurar uma visão abrangente de toda a expansão europeia pelo Mundo, e não apenas de uma ou outra nacionalidade. Os esforços de portugueses, de espanhóis e de ingleses são devidamente explanados.
A Manuel Maria d’Oliveira Ramos, professor do Curso Superior de Letras e depois da Faculdade de Letras de Lisboa se deve a versão portuguesa da Historia da epoca dos descobrimentos, “revista, ampliada e instruida com numerosas notas relativas á epopeia maritima portugueza.” Esta publicação terá ocorrido por 1916. Com consequências: a sua mesma tradução e publicação deverá ter contribuído decisivamente para ajudar à criação da cadeira de História dos Descobrimentos e da Colonização nas Universidades Portuguesas. De que o professor Oliveira Ramos terá sido o promotor. O que ocorreu em 1918 – poucos anos depois de saída a tradução da Historia da epoca dos descobrimentos – e provavelmente como consequência desse aparecimento. Não é ousadia supor que a criação da cadeira no curriculum da licenciatura em História e Geografia das Faculdades de Letras tivesse sido proporcionada ou pelo menos estimulada pela disponibilidade dessa obra. Atingia-se assim a autonomia da disciplina. Fazendo embora parte da História Universal de referência.