Descobrimentos e expansão portuguesa, História dos
8 / 20
A História dos descobrimentos, da expansão e da colonização portugueses parecia inevitavelmente ligada com a prática da política internacional conforme a iam definindo e conseguindo responder os governantes.
Também nos compêndios escolares alguma coisa se ia dizendo sobre a matéria – como se vê no de Pinheiro Chagas, de 1895. Mas ainda se carecia de uma visão global e articulada que definisse o conteúdo e exigisse a autonomia da História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Pelo que se tornava necessário aos escritores que pretendiam estudar esta ou aquela figura ou acontecimento apresentar longas introduções sobre a história dos descobrimentos. Assim fizeram em 1882 J. M. Latino Coelho, no seu Vasco da Gama (1985), em 1894 Fortunato de Almeida a propósito do infante D. Henrique (1894) e Faustino da Fonseca sobre a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1900 (1908) Tentativa mais geral, embora ser ter alcançado grande êxito, a de Emiliano Augusto de Bettencourt, Descobrimentos, guerras e conquistas dos portugueses em terras do ultramar nos séculos XV e XVI. Será sobretudo nas obras sobre a história dos conhecimentos geográficos que Latino Coelho se apoia. Habilmente, enquadra a viagem de Vasco da Gama numa rede de informações sobre os conhecimentos geográficos desde a Antiguidade até aos tempos em que os Portugueses iniciaram as suas navegações. O que estrutura o todo da obra e lhe dá um sentido inequivocamente amplo. Entretanto o inglês Richard Henry Major já publicara a sua biografia do infante D. Henrique (1868) poucos anos depois traduzida em Português (1876). Onde todos passarão a ir beber.
Mas num outro centenário, com bastante menor exuberância festiva, o do infante D. Henrique em 1894, aparecerá o primeiro trabalho que procura apresentar uma síntese dos descobrimentos: é seu autor Fortunato de Almeida, professor de geografia e de história do Liceu de Coimbra. Que terá sentido a necessidade de enquadramento de toda a obra (e figura histórica) do infante D. Henrique, a ponto de estender o âmbito do seu trabalho desde a descoberta da costa africana até à viagem de Fernão de Magalhães (descoberta da América, do caminho para a Índia e do Brasil). Que serão tidos como “resultados da obra do infante D. Henrique”.