Descobrimentos e expansão portuguesa, História dos
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“Ao escrever em 1898 alguns trabalhos commemorativos do descobrimento do caminho maritimo para a India, convenci-me de que estava por fazer a historia das empresas maritimas de Portugal (Fonseca, F., A Descoberta do Brasil, 1908)” Não se tratava apenas de conhecimento, de glorificação para consumo interno. Havia que mostrar e conseguir tornar evidente que a prioridade da gesta descobridora se devia a Portugal e se impunha destacar o papel dos portugueses no Mundo. Trabalho de patriotismo, também, pois. Assim o entendia o republicano, político, escritor e jornalista, Faustino da Fonseca. Que integrava a viagem de Pedro Álvares Cabral nas expedições peninsulares de descoberta do continente americano.
Necessidade de enquadrar os descobrimentos para os compreender e explicar. Sem que se dispusesse uma obra de referência a que todos esses acontecimentos se pudessem reportar. Quer Fortunato de Almeida quer Faustino da Fonseca tiveram muito menos atenção ao que se sabia de descobertas geográficas e de enquadramento histórico do que Latino Coelho. Este, mais culto e mais preocupado com encontrar explicações para os descobrimentos procura também enquadrar o que se sabia ter acontecido em Portugal no contexto europeu. Todavia, não se fica ainda a dispor de uma obra de síntese que ilustre os descobrimentos quatrocentistas e quinhentistas. Necessidade por muitos sentida.
Também o centenário do descobrimento da América com Cristóvão Colombo em 1892 será reconhecido como importante para o conhecimento histórico em Portugal, pelo que sairão Alguns documentos do Archivo Nacional da Torre do Tombo acerca das navegações e conquistas portuguezas..., entre outros trabalhos. Porque se percebia ser impossível estudar a expansão portuguesa isolada da expansão castelhana. Em 1904 um médico, professor de geografia e história do Liceu de Lisboa faz sair uma Historia da Geographia. A epopeia geographica dos Portuguezes durante os séculos XV e XVI. Tentativa limitada que mostra bem a necessidade de expor os conhecimentos geográficos dos povos antigos para passando pelos tempos medievais e pelas aventuras de Marco Polo chegar ao infante D. Henrique, atingir o caminho da Índia e acompanhar mesmo Fernão de Magalhães (Acácio Guimarães, Historia da Geographia, 1904).