Descobrimentos e expansão portuguesa, História dos
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Tornava-se evidente que os caminhos a trilhar teriam de ser bem diferentes. E logo a seguir irá desenvolver uma obra de capital importância que culminará com a apresentação em Paris da sua tese de Estado L’économie de l’empire portugais em 1959. A que se juntou a partir dos anos 30 um especialista em história do Japão, Charles Boxer, que por Macau passará ao estudo do império português chegando ao Brasil, em actividade que culminará em 1969 com a publicação de The Portuguese Seaborne Empire.
Entretanto a defesa das visões antiquadas e passadistas que interessavam ao Estado Novo ia ficando a cargo de Idalino da Costa Brochado, Dias Dinis, Domingos Maurício, A. da Silva Rego, e António Brásio, alguns com apreciável capacidade erudita mas todos sobretudo com inegáveis intenções pias. Que não podiam ombrear com o que no outro campo historiográfico, se ia fazendo e preparando: Avelino Teixeira da Mota surgirá na linha de continuidade de oficiais de marinha historiadores, alcançando posições cimeiras na historiografia portuguesa da expansão. Ocorre também nestes anos 40 e 50 o início da obra de António Carreira sobre a África negra e mestiça e a do jovem Joel Serrão que avança elementos indispensáveis para a história da ilha da Madeira e do condicionalismo Atlântico. Ainda nos anos 50, na França académica se afirmarão Joaquim Barradas de Carvalho e Luís de Matos: a ambos se devem pesquisas fundamentais sobretudo a partir de inovadoras perspectivas dos textos em Português e em Latim dos séculos XV e XVI. Virgínia Rau e Jorge Borges de Macedo treinavam-se para ocupar os lugares cimeiros da Faculdade de Letras de Lisboa e intermitentemente publicam matérias de história de Expansão: sobre a ilha da Madeira, sobre o Oriente, sobre o Brasil. Sobretudo interessados em questões demográficas e em aspectos comerciais.
Em 1954 foi criada a Comissão Nacional das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique a quem se ficou a dever – a par de outras iniciativas e alguns grandiosos e aparatosos eventos – duas publicações indispensáveis: os Portugaliæ Monumenta Cartographica por Armando Cortesão e A. Teixeira da Mota e os Monumenta Henricina por Dias Dinis.