São objeto de análise não apenas a Constituição de 1933, nos contornos que estabelece para a organização do poder central, mas também a legislação dela decorrente, designadamente o Estatuto do Trabalho Nacional e os diplomas regulamentadores das Casas do Povo, dos Grémios e dos Sindicatos Nacionais. Não chega a analisar as instituições da administração periférica do Estado.

Da participação de Ângelo Ribeiro (UP) destacam-se duas vertentes: a da história política, parcialmente tratada na segunda, quarta e quinta épocas, e a da história das instituições de assistência que analisa ao longo de toda a obra. No que respeita à história política, é particularmente relevante a sua abordagem da implantação da república e a análise que faz da Constituição de 1911. Ao contrário de outros autores, Ângelo Ribeiro fornece-nos uma caracterização do sistema político consagrado na constituição republicana, analisando com algum detalhe os diversos poderes e a sua articulação, bem como as competências de cada um. Embora não chegue a tratar de instituições administrativas ou judiciais, refere as leis publicadas com a instauração da república que afetaram a sociedade, designadamente as leis da família, as reformas do ensino superior ou as alterações aos regulamentos militares. Vislumbra-se, assim, uma conceção de história que concede às instituições político-administrativas a alteridade resultante da sua existência legal, independentemente das formas de funcionamento que possam vir a ter. As instituições de assistência merecem uma atenção especial nas épocas moderna e contemporânea, como as albergarias, gafarias, hospitais, misericórdias, orfanatos, casas de reforma, asilos, a Casa Pia, creches, dispensários e lactários. As abordagens vão no sentido de distinguir o caráter público ou privado de cada instituição, de apresentar os respetivos quadros regulamentares e de caracterizar o papel social por elas desempenhado, bem como os resultados obtidos e as vicissitudes por que passaram.

Quanto a Joaquim de Carvalho (UC) ocupa-se brevemente das instituições políticas oitocentistas, particularmente do poder central e seu funcionamento. Mas é no tratamento das instituições de cultura que mais se distingue. A época medieval e moderna são estudadas em pormenor no que respeita a instituições escolares, ao nível dos ensinos elementar e médio. Escolas catedrais e monacais são caracterizadas na sua organização e funcionamento, salientando-se o seu papel social e cultural ao longo do tempo. A UC ocupa boa parte das preocupações do historiador.

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