No plano da cultura e da educação, a historiografia institucional Oitocentista também teve os seus cultores. Classificado por alguns como o “século das escolas”, a produção sobre assuntos educativos é muito abundante, onde predominam inúmeras monografias dedicadas a colégios, liceus, UC e as suas faculdades, mas os aspetos políticos e pedagógicos ultrapassam em larga escala as abordagens institucionais. As que procuraram, apesar de tudo, abranger as instituições educativas no seu todo são as de António da Costa, Adolfo Coelho e, particularmente, José Silvestre Ribeiro. Vejamos alguns destes historiadores.

Teófilo Braga (1843/1924) com a sua História da Universidade de Coimbra nas suas relações com a Instrução Pública Portuguesa (1892-1902, 4 vols.) insere o aparecimento da Universidade no desenvolvimento cultural medieval europeu e divide a sua evolução em quatro períodos (séculos XIII a XV, XVI e XVII, XVIII e século XIX): “Porém, essa divisão não pode ser caracterizada unicamente pela vida interna ou transformação do estabelecimento litterario, porque a Universidade, como forma de ensino e instituição pedagógica do fim da Edade média, está ligada a toda a marcha da história moderna da Europa”. Aborda praticamente todos os aspetos da organização da Universidade (estatutos, cadeiras, mestres e programas). As fontes que utiliza são fundamentalmente bibliográficas, documentos do arquivo da UC, cartas e documentos publicados nos Boletins Bibliográficos e legislativas.

Outro caso é Joaquim Augusto Simões de Carvalho (1821-1902) com a Memoria Historica da Faculdade de Philosophia (1872) onde faz uma resenha da história das ciências, procede a um resumo das épocas históricas até ao pombalismo para concluir a análise da evolução histórica da universidade enquanto instituição, focando em especial a Faculdade de Filosofia. Usa documentos do arquivo da UC, atas, relatórios, registos e fontes legislativas, embora nunca use referências às fontes.

Quanto a F. Adolfo Coelho (1847/1919) é de notar o conjunto de três artigos que publicou “Para a História da Instrução Popular” (Revista de Educação e Ensino, 1895). Cita fontes bibliográficas mas chama a atenção para a necessidade de consultar fontes de arquivo: “Por certo que muito mais se encontraria com investigações menos incompletas, sobretudo no exame dos archivos”, constatando que antes do século XIV praticamente não há documentos e só a partir do século XV se encontram alguns sobre instrução popular e bastante mais relativos à UC e conventos.

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