Aborda duma forma exaustiva a evolução do cristianismo na Península, o clero e a sua constituição, a organização e as regras dos mosteiros, as publicações eclesiásticas, as relações entre a Igreja e o poder político, os concílios e abrange também os territórios ultramarinos. Todos os volumes têm anexos documentais e as notas são abundantes e eruditas.

Torquato Brochado de Sousa Soares (1903-1988), medievalista, foi o historiador tout court mais relevante do período. Depois de ingressar no curso de Ciências Histórico-Geográficas (FLUC) solicitou a transferência para a FLUP onde concluiu a licenciatura (1924) e ficou como docente, acumulando com os liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas. Viria para Coimbra preparar o doutoramento (FLUC) como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura, tendo como patronos Paulo Merêa e Damião Peres. Em 1935, com uma tese sobre a Organização Municipal da Cidade do Porto durante a Idade Média, obteve o doutoramento em Ciências Históricas. Desenvolveu a sua carreira docente na FLUC onde fundou a "Revista Portuguesa de História" (1941), responsável pela reprodução e divulgação de documentos medievais como atesta o seu trabalho “As cortes Portuguesas” (1943). Foi membro da Academia Portuguesa de História, da Academia de Ciências de Lisboa, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Real Academia de la Historia de Madrid e da Real Academia Gallega. As provas de agregação e catedrático (1962) assinalam a derivação para uma história política e social ("Reflexões sobre a origem e formação de Portugal"; "Antecedentes da Crise de 1580"). Entre 1965 e 1970 foi delegado do Reitor na Universidade de Luanda onde fundou a revista "Estudos de Humanidades".

Outros historiadores com trabalhos relevantes foram Virgínia de Bivar Robertes Rau (1907-1973), com o doutoramento em ciências históricas e filosóficas (1947), a sua obra A Casa dos Contos, 1951, marcou uma nova metodologia no uso de fontes financeiras. Gastão de Melo de Matos (1890-1971), da União Nacional, muito ligado a Marcelo Caetano, dedicou-se ao estudo da instituição militar e foi responsável por várias entradas sobre o exército e armada no DHPJS. O cónego Avelino de Jesus da Costa (1908/2000) e a sua tese de doutoramento (1959) sobre O Bispo D. Pedro e a organização da diocese de Braga, 2 vols, a que acresce o Álbum de Paleografia e Diplomática Portuguesas. Maria Adelaide Salvador Marques dedicou-se à mesa censória, “A Real Mesa Censória e a cultura nacional, aspetos da geografia cultural portuguesa no século XVIII” (1963) em que descreve a organização, funcionamento, funcionários, competências, missão e a direção dos estudos menores.

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