Desde a fundação à organização e funcionamento, passando pelas suas vicissitudes até ao reinado de D. João III, a instituição universitária é abordada nas diversas vertentes, dos Estatutos aos planos de estudos e à governação interna. Também a criação e regulamentação da UE merecem a atenção de Joaquim de Carvalho, cujo conceito de instituição cultural não se limita aos aspetos jurídico-regulamentares, mas procura igualmente captar o papel cultural, social e mesmo político desempenhado por cada organização ao longo do respetivo percurso.

Newton de Macedo (UP), preocupado em auscultar as correntes reformadoras e a receção dos ideais de modernidade que orientaram as transformações da cultura em Portugal, dá particular atenção à reforma pombalina das instituições culturais e de ensino, desde os “estudos menores” à Universidade. A criação, a regulamentação e o papel da ARCL, bem como da Real Biblioteca Pública de Lisboa, merecem igualmente a análise do historiador. Também o desenvolvimento do ensino artístico, com a criação das Aulas de Desenho em Lisboa e no Porto, assim como os estudos militares, com a criação da Academia Real da Marinha e do Colégio Militar, merecem abordagens tendentes a apreender as respetivas regulamentações e o papel social que desempenharam. O desenvolvimento do ensino público e da cultura levado a efeito pelo Setembrismo é analisado com rigor e pormenor, com destaque para a criação e/ou desenvolvimento do ensino técnico e médico-cirúrgico. Também o Curso Superior de Letras e os institutos industriais e comercias merecem análise quanto à criação, regulamentação e funcionamento, ao mesmo tempo que as reformas do ensino levadas a cabo pela República são globalmente caracterizadas. Tem sempre presente a preocupação de apreender os movimentos culturais e ideológicos subjacentes às transformações institucionais.

Finalmente, a António Baião, Diretor da Torre do Tombo, coube o tratamento da Inquisição e da Companhia de Jesus, esta abordada desde a sua introdução e desenvolvimento em Portugal até ao papel que desempenhou na propagação do cristianismo no Oriente e no Brasil, sem esquecer a importante relação da Companhia com o poder régio. Quanto à Inquisição, apresenta o autor toda a história da criação do tribunal, a sua regulamentação e funcionamento, sem esquecer as lutas internas e os litígios entre a Corte portuguesa e a Cúria Romana a propósito desta nova instituição. A ação do tribunal é descrita desde a fase de “benevolência” à fase de “violência”, com recurso aos instrumentos jurídicos e eclesiásticos (bulas e breves papais) que vão moldando a função inquisitorial. A análise estende-se ao funcionamento do tribunal e à sua relação com o poder político, ou seja, uma abordagem global da instituição e do papel que desempenhou no contexto político-social da época.

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