As instituições político-administrativas são sistematicamente abordadas, percorrendo a organização do poder central, da Casa Real e dos conselhos do rei, e as Cortes são analisadas enquanto instituição limitadora dos poderes régios. Apesar de incompleta, a obra de Gama Barros viria a tornar-se de consulta obrigatória e a influenciar os historiadores das instituições administrativas como evidencia a reedição dirigida por Torquato de Sousa Soares (1945-1954).

Contudo, no plano metodológico não é inovadora na medida em que utilizou poucas fontes de arquivo, usou, sobretudo, coleções de legislação, as crónicas de Fernão Lopes, Azurara e Rui Pina, as Ordenações Afonsinas, Monarquia Lusitana, as Provas da História Genealógica de D. António Caetano de Sousa, do Visconde Santarém, as Memórias para a Historia, e Teoria das Cortes Gerais e o Quadro Elementar das Relações Políticas e Diplomáticas. Cita, por vezes, o grupo dos académicos da ARCL (Anastásio de Figueiredo, Aragão Morato e João Ribeiro) e faz muitas remissões para o Elucidário. Só no capítulo sobre a administração geral usa documentação das Chancelarias e Leitura Nova.

Para o final da monarquia constitucional haverá que referir os historiadores Costa Godolfim (1842/1912) com As Misericórdias, (1897); Tomás Maria de Almeida Manuel de Vilhena (1864/1932) A Casa de Bragança, Memória Histórica (1886); Eduardo Freire de Oliveira (1841/?) Elementos para a História do Município de Lisboa, 1882; José Veríssimo Álvares da Silva (1744/1811), Memoria sobre a forma dos juízos nos primeiros séculos da Monarquia Portuguesa, 1796; Eduardo Dally Alves de Sá (1849/1906) Supremo Tribunal de Justiça, Evolução histórica desta Instituição (1872); Vítor Ribeiro (1862/1930), com a História da Beneficência Pública em Portugal (1907) e A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Subsídios para a sua história) 1498-1898, Instituição, Vida Historica, Estado Presente e seu Futuro (1902); Joaquim Thomaz Lobo d’Ávila (1822/1901), Estudo de Administração (1874); Justino António de Freitas (1804/1865), e o Ensaio sobre as Instituições de Direito Administrativo Portuguez (1859); José Frederico Laranjo (1846/1910), Princípios e Instituições de Direito Administrativo (1894); e Agostinho Albano da Silveira Pinto (1785/1852), Exposição synoptica do systema geral da fazenda pública em Portugal (1847).

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