Faculdade de Letras da Universidade do Coimbra (1911-1974)
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Até 1916, os professores de História foram essencialmente três: António de Vasconcelos, Francisco Martins (1848-1916), antigo professor de História Sagrada e Eclesiástica, e Porfírio António da Silva (1855-1919), docente de Teologia e Dogmática, a que se juntou, ainda em 1916, o assistente provisório Manuel Gonçalves Cerejeira (1888-1977), então bacharel em Ciências Históricas e Geográficas, e, mais tarde (1921-1926), João José de Brito e Silva a crer, quanto a este nome, nas indicações formais dos Anuários da Universidade.
Professores e assistentes insuficientes para manterem abertas na Faculdade todas as cadeiras atribuídas ao quarto Grupo, incluindo as da Escola Normal Superior (1915-1930) a seu cargo, pelo que algumas delas tiveram de ser regidas por professores de outros Grupos, o que sucederá ao longo do tempo sempre que necessário, ou mesmo de Direito e Medicina e, por vezes, do Liceu (1914).
Os cursos de História, a nível do bacharelato (1911-1918) ou da licenciatura, estiveram geminados, até 1930, com a Geografia, constituindo os saberes das Ciências Históricas e Geográficas. A separação dos doutoramentos em duas especialidades efectuou-se, porém, em 1918, o que talvez permita justificar o não aparecimento de uma bossa de geógrafo entre docentes de História, precisamente em contra-ciclo do que se passava em França, onde as duas primeiras gerações dos Annales apenas reclamavam do passado a herança geográfica. A posterior união à Filosofia (1930-1957) marcará, pelo contrário, alguns dos historiadores que se formaram em Ciências Históricas e Filosóficas.
Entre os docentes iniciais de História impôs-se a personalidade de A. de Vasconcelos. A sua jubilação, em 1930, marcou a primeira fase da história do 4º. Grupo, a qual quase coincide com a saída, em 1928, de Gonçalves Cerejeira. Novos rumos compensados com a contratação, para assistentes, de Mário Brandão (1928) e M. Lopes de Almeida (1930); a de Damião Peres, em 1931, como professor catedrático, por concurso, chegado da extinta (1928) e agora encerrada Faculdade de Letras do Porto; e em 1937, com a mesma origem, a de Torquato Soares. Estava iniciada, ou já em curso, a segunda geração de docentes do Grupo de História, a que se juntou, desde 30 de Março de 1941, o medievalista emérito Pe. Pierre David (1882-1955).